A Festa Literária Internacional do Pelourinho decorre até domingo, em Salvador, na Bahia, com uma homenagem ao escritor brasileiro Castro Alves, conhecido como "poeta dos escravos".
A terceira Festa Literária Internacional do Pelourinho, a Flipelô, arrancou na quarta-feira e decorre até domingo, em Salvador, na Bahia, com uma homenagem ao escritor brasileiro Castro Alves, conhecido como “poeta dos escravos”, pela ampla defesa da abolição da escravatura na sua obra. Organizada pela Fundação Casa de Jorge Amado, a Flipelô mistura literatura, arte e gastronomia no Pelourinho, sítio histórico localizado no centro da cidade de Salvador, no estado brasileiro da Bahia.
A diretora da Fundação Casa de Jorge Amado, Ângela Fraga, contou, em declarações à agência Lusa que a Flipelô foi inspirada na Festa Literária Internacional de Paraty (a Flip), organizada desde 2003 nesta cidade do Estado do Rio de Janeiro, mas tem como particularidade a valorização da cultura regional e atividades totalmente gratuitas para o público. A responsável frisou que espera que o público seja um pouco maior do que o do ano passado, que reuniu 80 mil pessoas.
Ângela Fraga também contou que a escolha de Castro Alves (1847-1871) como autor homenageado do evento, este ano, decorre da influência que a obra deste poeta do século XIX teve na vida e obra de Jorge Amado, patrono da fundação que organiza o festival.
Castro Alves é autor de uma obra icónica da literatura brasileira chamada o “Navio Negreiro”, cujos versos denunciam os horrores vividos por milhares e milhares de negros africanos, transportados à força, como escravos, para o Brasil, durante 300 anos. O Brasil só aboliu a escravatura em 1888, após a morte de Castro Alves.
Entre os convidados confirmados para esta edição da Flipelô destaca-se o escritor português Bruno Vieira Amaral, vencedor do Prémio José Saramago e do Prémio Oceanos. Também participa o escritor alemão Max Annas, o colombiano Rómulo Bustos Aguirre, a mexicana María Vázquez Valdez, os brasileiros Ricardo Linhares e Eliane Potiguara, professora indígena, e a autora nigeriana Oyinkan Braithwaite.
O histórico contista, romancista e jornalista brasileiro Ignacio de Loyola Brandão, autor de “Zero”, que a censura da ditadura brasileira proibiu, é outro dos protagonistas desta edição.
O músico Martinho da Vila e a escritora Ana Maria Gonçalves também estão entre os destaques da programação.
http://www.flipelo.com.br/
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes