Foi há meio século que estreou nos cinemas dos EUA.
Fez ontem, segunda-feira, 14 de março, 50 anos que “O Padrinho”, de Francis Ford Coppola, estreou nos cinemas.
A estreia em 1972 aconteceu no Lowe”s State Theater, a lendária sala de Times Square, em Nova Iorque. Uma sala que já desapareceu.
Tido como um dos melhores filmes de sempre, contou com 10 nomeações para os Óscares, tendo vencido três: Melhor Filme, Melhor Ator Principal para Marlon Brando e Melhor Argumento Adaptado.
No ano em que estreou, as receitas de bilheteira de “O Padrinho” chegaram aos 86 milhões de dólares, na altura um recorde na história de Hollywood.
Baseado no romance homólogo de Mario Puzo, a narrativa conta-nos a história de vida de Don Corleone, o chefe da Família Corleone e líder da Máfia. E é considerado, de forma praticamente unânime que o filme mudou a história do cinema.
Como escreve a revista Time, à primeira vista e à superfície, parece tratar-se de um filme sobre o crime organizado, focando-se numa dinastia em particular. “Mas é mais especificamente um filme sobre pais e filhos”. O artigo vai mais longe e questiona até se não é essa vertente que lhe concede todo este poder duradouro. “A sua violência é vigorosa e brutal”, precisa ainda.
Mas o que muitos não sabem é que “O Padrinho” esteve quase para não acontecer. Ou, pelo menos, para não acontecer como o conhecemos.
Apesar de ser uma das obras emblemáticas de Coppola, o que é certo é que o seu nome esteve longe de ser a primeira escolha. Os patrões da Paramount Pictures queriam que o filme fosse dirigido por um realizador italiano. Chegaram mesmo a propo-lo a Sergio Leone, mas o cineasta recusou por ter outros projetos em mãos. Por portas e travessas lá acabou por ser atribuído a Francis Ford Coppola.
Também o elenco escolhido por Coppola gerou várias recusas por parte da Paramount Pictures – os patrões dos estúdios não queriam Al Pacino no rol de atores. Mas depois de garantir Marlon Brando a bordo, o filme lá acabou por ser feito como Coppola queria.
Francis Ford Coppola acredita que, se fosse hoje, o filme não podia ser feito. No entanto, a realidade é que foi — há cinquenta anos. E desde então que “O Padrinho” tocou em múltiplas camadas e tornou-se numa máquina de ditar tendências, das sociais às políticas.
Liliana Teixeira Lopes