O festival arranca já este fim de semana.
O festival de cinema Curtas de Vila do Conde, que este ano se realiza entre este sábado e 11 de outubro, terá 48 filmes em estreia nacional, na seleção oficial para a competição internacional e experimental.
Nesse lote de trabalhos, merece destaque a projeção de obras de Sergei Loznitsa (Ucrânia) e Jafar Panahi (Irão), apontados como “dois dos mais interessantes cineastas da atualidade”, pela sua “impressionante sensibilidade para trabalhar a problemática política, social e cultural do seu povo”. De ambos autores, a organização elegeu os trabalhos “A Night at The Opera” e “Hidden”, que “trazem dois olhares sobre a cultura dos dois países onde as heroínas cantam, questionando noções de representação e interpretação”.
No cartaz desta edição do Curtas, que, segundo os responsáveis, integra trabalhos “que ligam a diferentes comunidades, formas de estar e de pensar”, também é destacada a obra “Mi piel, luminosa”, de Nicolás Pereda e Gabino Rodríguez. Trata-se de um documentário onde a personagem central é uma criança posta em isolamento na sala de aula, devido a uma doença que lhe tirou o pigmento natural da pele, e onde Pereda “volta a derreter as fronteiras entre documentário e a ficção”.
Ainda no âmbito dos filmes em estreia neste certame, destaque para “Witness”, do multi-premiado realizador Ali Asgari, “Victor in Paradise”, de Brendan McHugh, “Look Then Below”, de Ben Rivers, “Stump the Guesser”, novo capítulo na cinematografia surreal e onírica do canadiano Guy Maddie e, ainda, “Casa Sol”, de Lúcia Prancha, que explora o universo militante da escritora brasileira Hilda Hilst.
A Competição Nacional é, este ano, particularmente forte, com filmes de realizadores consagrados ou de quem muito se espera, como Sandro Aguilar, Carlos Conceição, Patrick Mendes, Alexandra Ramires, Cláudia Varejão, Filipa César, Denise Fernandes e Pedro Peralta.
Esta edição do Curtas de Vila do Conde, que terá também programação online, por causa da pandemia de covid-19, vai ter um especial foco na obra do artista espanhol Isaki Lacuesta. O cineasta, produtor, cenógrafo, ensaísta e curador, “tem um trabalho que faz disparar o diálogo entre o cinema e as mais diferentes áreas artísticas”, afirma a direção do Curtas em comunicado. É autor de obras como “Entre dos aguas”, “The next skin” ou “The Clay Diaries”. É-lhe, por isso, dedicada a secção “InFocus”, do Curtas, estando prevista ainda a realização da primeira exposição do autor em Portugal, que fica patente na Solar – Galeria de Arte Cinemática.
Resta dizer que o festival decorre, não só naquela galeria de arte como também no Teatro Municipal de Vila do Conde e no auditório municipal.
http://festival.curtas.pt/
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes