A edição deste ano do festival adaptou-se às exigências da pandemia e vai apresentar uma programação de diversidade artística, partilhando "o tempo e o espaço ao vivo".

Esta 18ª edição do Festival Temps d’Images seria a primeira dividida em dois momentos do ano, mas foi forçada a cancelar e reagendar a programação na totalidade para o segundo momento, que decorre até ao final de novembro. O certame começa já esta sexta-feira, em Lisboa.

A realidade de um quotidiano com vírus impactou o trabalho dos artistas do Temps d´Images, sobretudo nas peças que “ainda não nasceram”, ou seja, as estreias, “e que, por isso mesmo, são mais permeáveis a receber estas influências”, comentou Mariana Brandão.

A diretora artística do festival deu o exemplo de um espetáculo de Andresa Soares que implica contacto direto com o público, com toque – “I´d rather not”, da coreógrafa, dramaturga e atriz, previsto para a Appleton — Associação Cultural -, motivando algumas alterações na peça, como a artista ser testada ao vírus, e de avisos ao público.

Outro artista, Tiago Cadete, também adaptou a performance/visita-guiada “Cicerone”, uma obra em estreia absoluta no Temps d´Images, envolvendo sessões com número reduzido de público, que terá ponto de encontro e partida no Padrão dos Descobrimentos, e passará por vários jardins de Belém.

Este “Momento II” do Temps d´Images – que acabou por incluir o primeiro – abre com “Anesthetize”, de sexta-feira a domingo, uma obra da coreógrafa Maurícia Neves, que terá como palco a Black Box do Centro Cultural de Belém.

Até 30 de novembro, o Temps d´Images propõe ainda, entre outros espetáculos, no Lavadouro de Carnide, a primeira estreia absoluta desta 1.ª edição, a peça “Memorial”, da coreógrafa e dramaturga Lígia Soares, com a participação de Sónia Baptista.

O CAL – Centro de Artes de Lisboa – Primeiros Sintomas recebe a peça de teatro “FIM”, de André Loubet, João Estima e Rita Delgado, e o Teatro Thalia acolhe também a estreia em Lisboa da obra teatral “As Árvores Deixam Morrer Os Ramos mais Bonitos”, do Coletivo Outro.

O Temps d´Images encerra com a estreia, no Cinema Ideal, do documentário de Maria João Guardão intitulado “João Fiadeiro – Este afeto que me ocupa”, que acompanhou a desocupação do nº 55 da Rua Poço dos Negros, em Lisboa, a sede do atelier RE.AL, que encerrou portas no ano passado e que celebraria em 2020 o seu 30º aniversário.

https://www.tempsdimages-portugal.com/

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes