O cineasta era um dos nomes maiores do cinema asiático. Morreu aos 59 anos, vítima de complicações relacionadas com a COVID-19.
O famoso realizador sul-coreano Kim Ki-duk faleceu às primeiras horas da passada sexta-feira (11 de dezembro) na Letónia, por complicações relacionadas com a COVID-19. Tinha 59 anos. Tinha chegado ao país a 20 de novembro, onde planeava comprar casa e pedir um visto de residência.
Era um dos mais importantes cineastas contemporâneos asiáticos, o seu currículo incluía um Leão de Ouro no Festival de Veneza por “Pietá” (2012) e um Urso de Ouro no Festival de Berlim por “Samaritana” (2004).
“Samaritana” também lhe valeu o prémio de Melhor Realização em Berlim, que acumulou no mesmo ano com outro na mesma categoria em Veneza por “Ferro 3”.
Fazendo o pleno dos três festivais de cinema mais importantes do mundo, o seu documentário “Arirang” (2011) foi também distinguido como Melhor Filme na secção “Un Certain Regard” do festival de Cannes.
A reputação de Kim Ki-duk foi posta em causa depois de ser acusado de abusos físicos e sexuais em agosto de 2017 por parte de uma atriz sul-coreana não identificada durante a rodagem do filme “Moebius” (2013).
Em dezembro desse ano, o realizador foi condenado a pagar 4.600 dólares por agressão física. No entanto, outras acusações foram arquivadas, incluindo a de assédio sexual por alegada falta de provas. Subsequentemente, processou a atriz por fazer acusações falsas e um grupo ativista de defesa dos direitos das mulheres por danos à sua imagem.
O seu penúltimo filme, “Human, Space, Time and Human”, rodado ainda antes do escândalo, foi exibido na sessão de abertura do Fantasporto em 2019, que já tinha distinguido o realizador com o Prémio Orient Express por “Pietá” em 2013.
O seu último trabalho foi “Dissolve” (2019), já filmado no Cazaquistão com atores locais.
Fonte: SAPO 24
Liliana Teixeira Lopes