Um conjunto de estruturas da área da Cultura “envolvidas no processo de luta de 2020” promovem uma manifestação, “muito alargada” do setor, para reivindicar medidas de emergência efetivas.

O protesto “Na Rua Pelo Futuro da Cultura” foi marcado para 30 de janeiro, foi revelado esta quinta-feira, em conferência de imprensa virtual. Este protesto é, segundo Rui Galveias, do CENA-STE – Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos, promovido em conjunto por “várias estruturas envolvidas no processo de luta de 2020”.

Entre as várias estruturas, além do CENA-STE, incluem-se, por exemplo, Plateia – Associação dos Profissionais das Artes Cénicas, a Ação Cooperativista, a Associação Portuguesa de Realizadores, o Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia e a Rede – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea.

A ideia é que esta manifestação tenha uma participação “muito alargada, a todas as pessoas que trabalham na área da Cultura e eventos: trabalhadores, estruturas, empresas”.

O “processo de luta” do setor da Cultura, explicou Rui Galveias, diz respeito “fundamentalmente à falta de medidas de emergência, tendo em conta a falsa retoma” do setor.

A paralisação da Cultura começou na segunda semana de março, depressa se estendeu a todas as áreas e, no final de 2020, entre “plano de desconfinamento” e estados de emergência, o setor somava perdas superiores a 70% em relação a 2019.

O número foi avançado por agentes do setor, no cenário imposto pela pandemia da COVID-19, e é comum a diferentes áreas, dos editores e livreiros às artes de palco, das bilheteiras de cinema e dos museus, aos promotores de festivais, deixando prever uma quebra na ordem dos 4,8 mil milhões de euros, em termos de volume de negócios, tomando por referência os números divulgados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística, para a Cultura, em 2019.

A tutela da Cultura tem sido criticada por não ter efetivamente resolvido tanto o problema da precariedade como o do subfinanciamento do setor.

Entre as reivindicações do setor estão a obrigação de contratos de trabalho para os profissionais da Cultura, o fim dos recibos verdes, o acesso ao subsídio de desemprego, a fiscalização das relações laborais e reforço de orçamento para a Cultura.

http://www.cena-ste.org/

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes