Os eventos voltam a estar proibidos e os equipamentos culturais voltam a encerrar. As medidas foram anunciadas ontem pelo primeiro-ministro, António Costa.
Os equipamentos culturais terão de encerrar a partir das 00h00 de sexta-feira, 15 de janeiro, em Portugal Continental, no âmbito das medidas anunciadas pelo Governo, para tentar conter a pandemia da covid-19, à semelhança do que aconteceu em março de 2020.
A paralisação da Cultura começou na segunda semana de março, depressa se estendeu a todas as áreas e, no final de 2020, entre “plano de desconfinamento” e estados de emergência, o setor somava perdas superiores a 70% em relação a 2019.
O primeiro-ministro reconheceu que o setor da Cultura “tem-se queixado e com razão, porque é naturalmente atingido” pelo confinamento decretado, e remeteu para esta quinta-feira o anúncio de medidas de apoio.
As estruturas representativas do setor da Cultura defendem mais e melhores medidas de apoio de emergência para fazer face ao novo encerramento dos equipamentos culturais.
Para Rui Galveias, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE), em declarações à agência Lusa, as medidas de emergência são essenciais “para garantir a sobrevivência do setor, quer dos trabalhadores, quer das estruturas, quer das empresas do setor, que são em geral pequenas e médias empresas”.
Rui Galveias, do Cena-STE recordou que está previsto para 30 de janeiro um protesto nacional, promovido por várias estruturas da Cultura, de alerta para o que consideram a falta de respostas do Governo perante as consequências devastadoras da pandemia.
Por seu lado, Álvaro Covões, da APEFE – Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos, em disse à Lusa que o encerramento de equipamentos culturais devido ao novo confinamento é o agravar de uma tragédia.
Álvaro Covões, sublinhando que o setor da cultura necessita de “uma bazuca” de apoios, disse: “Trabalhamos num setor que não funciona em ‘take-away’, teletrabalho ou ‘delivery’. Estamos a reunir números, porque as vendas de faturação de dezembro fecharam há dois dias, mas tudo indica que a nossa quebra em 2020 foi de 80%”.
“Apesar de se pensar que o setor cultural podia trabalhar, a verdade é que, desde junho, os equipamentos culturais estão limitados a lotações de 50%. Estamos a viver uma coisa sem precedentes no nosso setor”, concluiu Álvaro Covões.
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes