“1000 Anos de Alegrias e Tristezas” reúne as memórias do artista chinês.
As memórias do artista e ativista chinês Ai Weiwei, critico do regime, alvo de perseguições e prisão no país de origem, vão ser publicadas em novembro deste ano, oferecendo um retrato da China e do seu processo artístico.
Intitulado “1000 Anos de Alegrias e Tristezas”, e com capa desenhada pelo próprio, este livro vai ser inicialmente traduzido para treze línguas e publicado a 2 de novembro, tarefa que em Portugal está entregue à Penguin Random House, através da chancela Objectiva.
A editora descreve-o como um livro “ambicioso e intimista”, que oferece “um conhecimento profundo” das várias forças que fizeram da China o país que é hoje, e que simultaneamente alerta para “a necessidade urgente de proteger a liberdade de expressão”.
Nas suas memórias, o artista plástico, considerado um dos nomes maiores da arte contemporânea, faz uma descrição “impressionante da China dos últimos 1000 anos” e, simultaneamente, reflete sobre o seu processo artístico.
As suas esculturas e instalações já foram vistas por milhões de pessoas em todo o mundo e um dos seus feitos arquitetónicos inclui uma contribuição no desenho do Estádio Olímpico “Ninho de Pássaro”, em Pequim.
O seu ativismo político pô-lo desde cedo sob a mira das autoridades chinesas, o que culminou numa detenção secreta em 2011. Viria a ser libertado ao fim de alguns meses, sem qualquer queixa formal apresentada, mas teve o passaporte confiscado durante quatro anos e só em 2015, quando o devolveram, foi autorizado a sair do país.
Ai Weiwei viveu quatro anos em Berlim, na Alemanha, mudou-se para o Reino Unido, em 2019, e, desde 2020, está a residir em Portugal. Atualmente com 63 anos, o artista e ativista chinês vive numa herdade no Alentejo, onde descobriu o fascínio por matérias primas portuguesas, como a cerâmica, a cortiça e o azulejo, e onde está a preparar o seu novo projeto expositivo, depois de ter levado exposições à Argentina, ao Chile e ao Brasil.
Trata-se de “Rapture”, uma exposição inédita – a primeira individual do artista em Portugal -, que juntará o lado terreno e o lado espiritual do autor, e que vai estar patente entre 4 de junho e 28 de novembro, na Cordoaria Nacional, em Lisboa. As obras originais que vão constar desta mostra estão a ser produzidas no país, explorando técnicas tradicionais locais, revisitadas por Ai Weiwei.
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes