O Museu Nacional de Arte Antiga está em situação de rutura e o seu diretor está preocupado.

O diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, Joaquim Caetano, mostrou-se preocupado com a proteção do património à guarda daquela entidade, em Lisboa, cujos “problemas recorrentes”, de falta de vigilantes e sistemas obsoletos, criaram uma situação de “rutura”.

O museu tem atualmente um aviso aos visitantes no seu sítio ‘online’ sobre “limitações no percurso expositivo permanente entre os meses de junho e setembro”, uma situação que se repete há vários anos, e que se agrava nos meses de verão, devido às férias dos funcionários.

Joaquim Caetano, na quarta-feira, em declarações à agência Lusa sobre a atual situação do museu, que alberga o maior número de tesouros nacionais do país, mostrou-se preocupado com “os problemas antigos, recorrentes, que se agravaram”, como a falta de vigilantes, e o estado dos sistemas elétrico e de climatização, “que precisam de ser substituídos, porque estão a deixar de funcionar”.

No último sábado, “devido a estes problemas com o quadro elétrico, foi necessário encerrar totalmente durante a tarde”, disse o diretor sobre um problema que, por vezes, “demora horas a resolver, quando não fica resolvido só no dia seguinte”.

Num “museu subitamente às escuras, os visitantes assustam-se e esta situação coloca problemas de segurança do público e das obras exibidas”, em salas com vigilância já reduzida.

Esta situação, “dá azo a reclamações constantes”, segundo o diretor, que se têm resolvido, nos últimos anos, com contratações temporárias, no caso da falta de vigilantes, mas a entrada na reforma de muitos funcionários, e as ausências devido ao contexto da pandemia, agravaram as condições de funcionamento do museu, situado na rua das Janelas Verdes.

A escassez de recursos humanos, não afeta apenas a vigilância das salas – que não se podem manter abertas sem guarda, por questões de segurança – mas também a falta de conservadores e das equipas de pessoal que faz habitualmente a manutenção do enorme edifício, onde se encontram algumas joias do património artístico português, como a Custódia de Belém, obra de ourivesaria de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I e datada de 1506, e os Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão. Criado em 1884, o Museu Nacional de Arte Antiga alberga a mais relevante coleção pública do país em pintura, escultura, artes decorativas – portuguesas, europeias e da Expansão –, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como “tesouros nacionais”, assim como a maior coleção de mobiliário português.

http://www.museudearteantiga.pt/

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes