São elas a Director’s Cut e a Boca do Inferno.

Liliana Teixeira Lopes

O IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema anunciou a programação de duas secções incontornáveis, Director’s Cut e Boca do Inferno.

Dedicada a filmes sobre o cinema ou que agora retrabalham o património cinematográfico, a secção Director’s Cut do IndieLisboa apresenta como grande destaque “Hopper/Welles”, de Orson Welles, exibido publicamente pela primeira vez na mais recente edição do último Festival de Veneza depois de 40 anos guardado.

“The Last Stage”, de Wanda Jakubowska, filmado logo após a Segunda Guerra Mundial e uma das primeiras representações da vida em campos de concentração, será apresentado num restauro digital. No outro extremo está “There Are Not Thirty-six Ways of Showing a Man Getting on a Horse”, de Nicolás Zukerfeld, um filme divertido que parte de uma investigação à citação atribuída a Raoul Walsh, e consecutiva tentativa de a ilustrar com uma compilação de personagens a cavalgar em filmes do lendário cineasta.

A secção Director’s Cut será também a oportunidade de assistir à digitalização e restauro digital dos 26 minutos que existem dos 102 que tinha quando estreou a 30 de agosto de 1946 “Três Dias Sem Deus”, a primeira longa-metragem de ficção realizada por uma mulher em Portugal, Bárbara Virgínia, que será antecedida de “Lost and Found”, de Clara Cúllen, um documentário sobre a avó da realizadora, a primeira mulher argentina cineasta, contemporânea de Bárbara Virgínia.

Já entre as longas e curtas-metragens da secção Boca do Inferno, onde são programados títulos desconcertantes que rasgam fronteiras de registo e temas, sem tabus, está um clássico do terror italiano que celebra 50 anos, “Ecologia del delitto”, de Mario Bava.

Outros destaques são “She Dies Tomorrow”, de Amy Seimetz, e “Spree”, de Eugene Kotlyarenko.

O IndieLisboa decorre de 21 de agosto a 6 de setembro, de regresso às salas habituais do Cinema São Jorge, Culturgest, Cinemateca Portuguesa e Cinema Ideal, e com o colombiano Camilo Restrepo em foco e a exibição de uma retrospetiva dedicada à realizadora francesa Sarah Maldoror.

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