Entre os vários certames estão os de San Sebastián e de Veneza.
Nove festivais europeus de cinema, entre os quais de San Sebastián e de Veneza, assinaram uma carta pública de apoio à Cinemateca Brasileira e aos seus trabalhadores, e de crítica à “negligência” do governo federal do Brasil.
A carta pública foi lançada pela direção do Festival de Cinema de San Sebastián, que decorreu no País Basco, juntamente com a Cinemateca Basca e a Escola de Cinema Eliás Querejeta, exigindo a reabertura da Cinemateca Brasileira, paralisada há mais de um ano e que sofreu um incêndio em julho passado.
“O perigo pelo qual passa o património cinematográfico brasileiro não é um problema local, mas uma ameaça à cultura cinematográfica como um todo: Só com a colaboração e a solidariedade internacional entre festivais, cinematecas e instituições académicas é que se pode construir o presente e o futuro do cinema”, lê-se no documento divulgado.
Entre os signatários deste apelo público estão os diretores dos festivais de Veneza, Locarno, Karlovy Vary, Zurique, Vilnius, Sevilha, Huelva e Gijón.
Todos exigem a reabertura da Cinemateca Brasileira e compensações para os trabalhadores, e denunciam o estado de abandono provocado pela administração do presidente Jair Bolsonaro, pondo em causa a salvaguarda um património cultural e cinematográfico “de valor incalculável”, “um dos mais importantes da América Latina”.
O mais recente episódio da crise pela qual passa a Cinemateca Brasileira aconteceu em julho, quando um incêndio atingiu o edifício, em São Paulo, que alberga o maior arquivo cinematográfico da América do Sul.
Segundo informações dos ‘media’ brasileiros, entre os materiais armazenados e destruídos pelo fogo estavam cerca de quatro toneladas de documentos sobre a história do cinema do Brasil, equipamentos e parte do acervo do realizador Glauber Rocha.
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes