O Festival Novos Realizadores Novo Cinema começa hoje num formato que se aproxima mais das edições anteriores pré-pandemia.

O FEST – Festival Novos Realizadores Novo Cinema arranca segunda-feira em Espinho num formato presencial e online “de quase normalidade”, mas do programa constam várias obras inspiradas pelo primeiro confinamento pandémico e por questões como policiamento e justiça popular.

Segundo a organização, o certame com sede no distrito de Aveiro e iniciativas também no Porto e em Lisboa, que vai na sua 17ª edição, está agora “mais próximo do formato pré-COVID, recuperando as ‘masterclasses’ presenciais e mais público em sala”, mas mantém ainda “algumas limitações”, sobretudo ao nível da presença física de profissionais estrangeiros devido a restrições na mobilidade internacional.

Uma temática dominante na competição do FEST é o policiamento, em diferentes perspetivas: “’Enforcement’ é um filme dinamarquês inspirado no caso de George Floyd e fala de tensões sociais provocadas pela polícia; “Poppy Field” fala de um polícia que esconde a sua homossexualidade para corresponder aos padrões machistas da Roménia; e “Civilian” conta o que pode acontecer quando a polícia do México é totalmente incapaz face aos cartéis e a população tem que fazer justiça pelas próprias mãos”.

Essas e outras obras estão distribuídas por diferentes sessões de visionamento, a começar pela competição Lince de Ouro, que vai ser disputada entre 10 longas-metragens de ficção e documentário.

Já a rubrica Lince de Prata, para curtas-metragens, vai ter a concurso 11 documentários, 24 obras de ficção, 13 de animação e 13 experimentais.

Outros 22 filmes lutam depois pelo Grande Prémio Nacional, ao qual se apresentam “novos nomes como os de Tiago Iúri e Teresa Sandeman” e ainda diretores já conhecidos como Matilde Calado, Edgar Morais e Alberto Seixas.

Mas há ainda o FESTinha que é dirigido ao público infanto-juvenil, na categoria etária seguinte está focada a seção Nexxt e além do programa competitivo, passam ainda pelo certame diferentes retrospetivas, a começar pela que vai exibir alguns dos filmes mais sonantes da cineasta catalã Isabel Coixet, como “A vida secreta das palavras” (2005), protagonizado por Tim Robbins e Sarah Polley, ou “Elegia” (2008), com Ben Kingsley e Penelope Cruz.

Já as Sessões Especiais, no arranque e fim do festival, contarão este ano com “dois dos trabalhos mais provocadores do momento”: na abertura, o filme “The Divide”, de Catherini Corsini, que venceu a Palma Queer em Cannes no passado mês de julho, e no encerramento, “The Sacred Spirit” de Chema Garcia Ibarra, descrito como “uma das obras imperdíveis que estimulou mais debate no Festival de Locarno, em agosto.

De destacar ainda a presença do escritor escocês Irvine Welsh, autor de “Trainspotting”, que vai estar no sábado em Espinho para dar uma aula sobre adaptação de livros e escrita de guiões para cinema.

Depois do sucesso de “Trainspotting”, quer do livro (1993), quer do filme (1996), foram também adaptadas ao grande ecrã as obras do escocês “The Acid House”, “Porno” e “Filth”.

https://site.fest.pt/pt

Fonte: FEST / Lusa

Liliana Teixeira Lopes