Chegam às salas de cinema nacionais três dramas de três geografias diferentes.
Liliana Teixeira Lopes
A pequena vila nortenha de Mizur tem tanto de austero como de aterrador. Entre os dois penhascos da região, Zaur decide criar os filhos com mão de ferro, após um acontecimento trágico.
Akim, o filho mais velho, fugiu assim que pôde para trabalhar na cidade vizinha. Para trás fica Ada, determinada a escapar a todo o custo.
Este é o ponto de partida do filme “Descerrando os Punhos”.
As barreiras entre a proteção em demasia e o amor paternal esbatem-se neste drama, assinado pela realizadora Kira Kovalenko.
“Arthur Rambo”, realizado por Laurent Cantet, é um drama baseado numa história verídica e retrata a queda de uma estrela em ascensão.
Aqui, a carreira do escritor Karim D entra em declínio depois do seu alter ego, Arthur Rambo, ser exposto. Apesar da fama, o jovem começa a ser atacado por causa das suas publicações antigas com piadas homofóbicas e antissemitas.
“A Filha Perdida” é um outro drama que marca a estreia na realização da atriz Maggie Gyllenhaal e que esteve em destaque em vários festivais internacionais de cinema onde recebeu rasgados elogios da crítica.
Exibido em Portugal na 15ª edição do LEFFEST, é baseado no romance “História da Menina Perdida”, de Elena Ferrante, e é protagonizado por Olivia Colman, que surge ao lado de nomes como Dakota Johnson, Jessie Buckley, Ed Harris ou Peter Sarsgaard.
Em “A Filha Perdida”, Leda, que passa umas férias sozinha à beira mar numa ilha grega, fica obcecada com uma jovem mãe e a sua filha ao observá-las na praia. Enervada com a relação cúmplice entre as duas, Leda é dominada pelas suas próprias memórias do terror, confusão e intensidade da maternidade precoce. Um ato impulsivo atira Leda para um mundo estranho e sinistro da sua própria mente onde é obrigada a enfrentar as escolhas inconvencionais que fez enquanto jovem mãe e as suas consequências.