Esta semana foi divulgado um estudo feito pelo Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, sobre os hábitos de consumo de Cultura dos portugueses antes da pandemia. O cinema foi o preferido.
Liliana Teixeira Lopes
A ida ao cinema, antes da pandemia, foi a atividade cultural com maior taxa de participação dos portugueses, mas o principal concorrente é a televisão, segundo um inquérito divulgado na quarta-feira, dia 16 de fevereiro, sobre as práticas culturais em Portugal.
O inquérito nacional foi feito pelo Instituto de Ciências Sociais, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, e apresenta vários dados estatísticos sobre práticas e hábitos de consumo de Cultura pelos portugueses, em particular nos 12 meses anteriores à pandemia da covid-19.
“A ida ao cinema é a ‘grande locomotiva’ da Cultura” em Portugal; a que regista a maior taxa de participação dos consumidores, comparando com outras atividades, como, por exemplo, ir a museus, a espetáculos ao vivo ou a uma biblioteca, avança o inquérito.
41% dos inquiridos disseram que foram ao cinema. A maioria – 59% – afirmou que nunca foi ao cinema nesse período.
Entre as razões apontadas para não irem mais vezes ao cinema estão a falta de tempo (25%), de interesse (22%), o preço elevado dos bilhetes (14%) e a não existência de cinemas na zona de residência (11,5%).
Há ainda outra justificação de relevo: vinte por cento dos inquiridos disseram que podiam ver “o filme em casa na televisão e noutros suportes digitais”.
Esta justificação pode ter em conta o aumento da oferta de conteúdos cinematográficos em audiovisual, nomeadamente com a entrada de novos operadores, como as plataformas de ‘streaming’.
“Os mais jovens preferem os filmes de ação, terror e suspense. Os inquiridos entre os 35 e os 44 anos preferem filmes de animação e documentários. Entre os 55 e os 64 anos distribuem as suas preferências pelos policiais e filmes de espionagem, enquanto na faixa etária dos mais de 65 anos, se verifica o gosto pelos musicais, filmes clássicos, históricos e biográficos”.
Os autores do estudo detetaram ainda que as pessoas que frequentam, de forma mais regular, o cinema, “têm o ensino superior e auferem rendimentos entre os 1800 euros e mais de 2700 euros mensais”.