Era um “histórico” do jazz nacional e foi diretor do festival Seixal Jazz.
O músico e divulgador Paulo Gil, “figura incontornável do jazz nacional”, morreu na quarta-feira, aos 84 anos, em Lisboa.
Paulo Gil, que nasceu em Lisboa em novembro de 1937, começou a interessar-se por jazz aos 6 anos, recordou a Câmara Municipal do Seixal, que organiza o Seixal Jazz, festival do qual foi diretor artístico desde a sua criação, em 1996, e durante 17 edições.
No ano passado, no 25º aniversário do festival, foi homenageado pela Câmara “por ajudar a criar e a fazer do SeixalJazz uma referência a nível nacional e internacional”.
A autarquia, em comunicado, recordou que Paulo Gil, “figura incontornável do jazz nacional”, estudou música com, entre outros, Fernando Lopes-Graça e Jorge Costa Pinto, e frequentou a Academia de Amadores de Música.
Paulo Gil foi baterista de jazz, tendo constituído, com o pianista Marco Resende e o contrabaixista Bernardo Moreira, o Bossa Jazz Trio.
No final da década de 1960, “criou música original para filmes e para apoio a sessões de poesia de Manuela Machado e Mário Viegas e leitura de textos de Alexandre O’Neill”.
Em 1978, passou a organizar e produzir concertos de jazz e festivais.
Paralelamente, nas décadas de 1970 e 80, foi responsável pela edição de jazz e música clássica na editora Valentim de Carvalho.
Além disso, Paulo Gil dedicou-se também à crítica de música, tendo escrito para, entre outros, a revista Flama e o jornal O Século, e concebido o programa de televisão “O Som da Surpresa”, exibido na RTP na década de 1980.
Paulo Gil era o sócio número 3 do Hot Clube de Portugal. O Hot Clube salientou que Paulo Gil “foi fundamental na transição entre o antes e o pós-25 de Abril com a entrada de uma nova geração para o Clube”.
Paulo Gil ao longo da vida privou e conheceu grandes nomes do jazz nacional e internacional como Miles Davis ou Herbie Hancock, entre muitos outros.
Fonte: Lusa/SAPO Mag/Blitz
Liliana Teixeira Lopes