O filme do sueco Ruben Östlund arrecadou o prémio máximo do Festival de Cinema de Cannes.

O cineasta sueco Ruben Östlund recebeu hoje a sua segunda Palma de Ouro em Cannes, com a comédia “Triangle of Sadness”, uma sátira que ridiculariza os ricos e o culto do dinheiro e da imagem no mundo ocidental.

Depois de ganhar pela primeira vez o prémio mais importante do Festival de Cannes há cinco anos, em 2017, com o filme “The Square”, o cineasta sueco de 48 anos repetiu o feito com aquele que foi unanimemente considerado o filme mais divertido da competição.

“Triangle of Sadness”, o primeiro filme de Östlund em inglês, segue as peripécias de Yaya e Carl, um casal de manequins e ‘influencers’ de férias num cruzeiro de luxo – uma viagem que se transforma num desastre.

Numa espécie de ‘Titanic’ invertido, onde os mais frágeis não são necessariamente os perdedores, o filme disseca as dicotomias sociais de um extremo ao outro: ricos contra pobres, mas também homens contra mulheres e brancos contra negros.

O Grande Prémio, a segunda distinção mais prestigiada do certame, foi nesta 75ª edição atribuído ‘ex-aequo’ à francesa Claire Denis, por “Stars at Noon”, e ao belga Lukas Dhont, o benjamim da competição, com 31 anos, por um retrato da infância intitulado “Close”.

O galardão de Melhor Realização foi este ano para “Decision to leave”, do sul-coreano Park Chan-wook, e o de Melhor Argumento para “Boy from Heaven”, do dinamarquês de origem egípcia Tarik Saleh.

Os filmes “Le Otto Montagne”, do casal belga Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, e “Eo”, do polaco Jerzy Skolimowski, venceram ‘ex-aequo’ o Prémio do Júri do certame.

Os irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, vencedores de duas Palmas de Ouro com os filmes “Rosetta” (1999) e “L’enfant” (2005), receberam por “Tori and Lokita”, drama social sobre jovens exilados, o prémio especial pelo 75º aniversário do Festival de Cannes.

A atriz iraniana Zar Ami Ebrahimi recebeu o prémio de Interpretação Feminina, pelo seu papel em “Holy Spider”, de Ali Abbasi, e o ator sul-coreano Song Kang-ho (conhecido pelo papel de pai no filme “Parasita”) foi distinguido pelo papel desempenhado em “Broker”, do japonês Hirokazu Kore-eda.

O filme “War Pony”, co-realizado pela atriz e modelo norte-americana Riley Keough, neta de Elvis Presley, e por Gina Gammell, conquistou o galardão Câmara de Ouro, concedido à melhor obra-prima de todas as secções do festival.

“Ice Merchants”, curta-metragem de animação de João González, como já tinha sido anunciado, foi distinguida com o Prémio Descoberta Leitz Cine da Semana da Crítica.

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Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes