Vamos de Vieira da Silva e Arpad Szènes, passando pelo Donbass, até ao Mar do Norte.
Liliana Teixeira Lopes
O documentário “VIEIRARPAD”, do realizador português João Mário Grilo, a partir da correspondência do casal de artistas Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szènes, chega agora aos cinemas portugueses.
O filme integrou em 2021 o festival IndieLisboa, e foi exibido em Marselha, no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França.
João Mário Grilo fez este documentário a convite da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, na sequência de uma exposição intitulada “Escrita Íntima” e da edição de um livro com o mesmo título, em 2014, que reuniu a correspondência particular entre os dois artistas entre 1932 e 1961.
As cartas são, assim, uma “porta de entrada para a vida e imaginário dos dois artistas, essência da sua visão plástica do mundo”.
O filme de Sergei Loznitsa “Donbass” foi apresentado em 2018 no Festival de Cannes e é um retrato da região leste da Ucrânia, onde uma guerra híbrida mistura conflito armado, crimes e tumultos perpetrados por grupos separatistas.
No Donbass, a guerra é chamada de paz, a propaganda é erguida como verdade e o ódio finge ser amor.
Um périplo pelo Donbass é uma série de aventuras loucas, em que o grotesco e o trágico se misturam como a vida e a morte. Apesar de este “Donbass” ser um filme de ficção, é constituído em vários episódios, cada um contando uma história inspirada em acontecimentos reais passados entre 2014 e 2015, nos territórios ocupados.
Assinado na realização por John Andreas Andersen, em “Mar do Norte” somos levados à Noruega.
Em 1969, é descoberto o Ekofisk, um dos maiores campos de petróleo do mundo, que ditou o lançamento de uma série de perfurações offshore sem precedentes.
50 anos depois, após o colapso de uma das plataformas petrolíferas, fruto das consequências ambientais dessa exploração, uma equipa de especialistas é chamada a investigar o ocorrido e a descobrir algo muito grave.