Ativistas ambientais atiraram sopa a uma pintura de Van Gogh para protestar contra políticas do governo do Reino Unido de futuros licenciamentos para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás
Duas ativistas ambientais que atiraram sopa de tomate para a pintura “Girassóis”, de Vincent Van Gogh, na National Gallery de Londres, compareceram num tribunal britânico.
Anna Holland, de 20 anos, e Phoebe Plummer, de 21, ambas membros do grupo de desobediência civil Just Stop Oil, declararam-se inocentes perante o juiz distrital Tan Irkam.
As duas ativistas entraram na National Gallery e atiraram duas latas de sopa de tomate Heinz sobre a tela, pintada em 1888 pelo mestre impressionista holandês. A obra é avaliada em 72,5 milhões de libras (quase 84 milhões de euros). Depois colaram uma mão à parede por baixo da pintura vandalizada.
A seguir, uma das ativistas, Phoebe Plummer, de 21 anos, disse: “O que vale mais, a arte ou a vida? Vale mais do que a comida? Mais do que a justiça? Vocês estão mais preocupados com a proteção de uma pintura? Ou com a proteção do nosso planeta e das pessoas?”.
Agitando a lata, acrescentou: “A crise do custo de vida faz parte do custo da crise petrolífera. O combustível é inacessível para milhões de famílias com fome e frio. Não podem sequer aquecer uma lata de sopa”.
Visitantes, jornalistas e fotógrafos rodearam as ativistas após o ataque, antes de serem retirados pela segurança da National Gallery, que fechou rapidamente a sala onde está exposta a pintura.
A polícia prendeu as duas mulheres sob a acusação de “danos criminais e transgressão agravada”.
As duas foram libertadas sob fiança e aguardam julgamento a 13 de dezembro em Londres.
A pintura em si não foi danificada, pois estava protegida por um vidro, mas a moldura sofreu “danos menores”, anunciou a galeria.
“Girassóis” é a segunda obra mais famosa de Van Gogh atacada pelo grupo “Just Stop Oil”. No final de junho, dois ativistas do grupo colaram as suas mãos ao quadro de 1889 “Peach Trees in Bloom” na Courtauld Gallery em Londres.
Nas últimas duas semanas ativistas ligados a este grupo têm bloqueado estradas à volta do parlamento e noutras zonas de Londres, defendendo a suspensão imediata de “todos os futuros licenciamentos para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás” no Reino Unido.
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes