A terapia fora da caixa de Jonah Hill.

Liliana Teixeira Lopes

Um psiquiatra senta-se no lugar do paciente e deixa-o conduzir o processo. A experiência ganha contornos imprevisíveis e é transformadora. O documentário “Stutz” está disponível na Netflix.

A realização de Stutz ficou a cargo de Jonah Hill, que ganhou projeção em filmes como “Super Baldas” e que foi duas vezes nomeado para os Óscares (“Moneyball – Jogada de Risco” e “O Lobo de Wall Street”), desempenhando ainda o papel de entrevistador. A “estrela” é o psiquiatra Phil Stutz, famoso pela sua abordagem diretiva e assente em cinco ferramentas de autoajuda, que acompanhou empresários de sucesso e celebridades do meio artístico, incluindo o próprio Hill.

A meta inicial do projeto era homenagear o trabalho do médico veterano – atualmente com 75 anos e a viver com Parkinson – e divulgar os seus conselhos para mudar estilos de vida, com ganhos em saúde mental, a um público vasto. O processo durou vários anos e não foi isento de encruzilhadas. Por exemplo, o realizador-paciente inicialmente não quis falar de si próprio durante as gravações mas, a certa altura, aceitou o repto e acabou por, também ele, abrir o jogo. A partir daí, tudo mudou.

Na sala, ou no set (se preferirem), entre desenhos, fotografias, diálogos e pausas, passamos a ver, não duas celebridades mas dois homens que expõem, de forma desassombrada, as suas vulnerabilidades: os traumas de infância, os problemas com a imagem, os dramas familiares, os estados depressivos e as maleitas com que se convive até ao fim.

“Stutz” está disponível na Netflix.