Três filmes com assuntos diferentes mas com uma temática em comum: a imigração.
Liliana Teixeira Lopes
Chega esta semana às nossas salas de cinema “Great Yarmouth: Provisional Figures”, o mais recente filme de Marco Martins.
Aqui somos levados a outubro de 2019, Great Yarmouth, Norfolk (Reino Unido). Três meses antes do Brexit.
Centenas de imigrantes portugueses continuam a chegar a esta vila costeira semi-abandonada, outrora um destino balnear de eleição para a classe trabalhadora Inglesa, em busca de uma vida melhor.
Tânia (a Mãe dos Portugueses), antiga trabalhadora das fábricas, está agora casada com um inglês e lidera uma rede de contratação de mão-de-obra barata vinda de Portugal para trabalhar nas fábricas de peru da zona.
Numa região com uma das taxas mais altas de desemprego do Reino Unido (onde o voto Leave teve mais de 70%), Tânia vive da exploração dos emigrantes que instala nos decadentes hotéis da marginal (pertencentes ao pai do seu marido) na esperança de um dia vir a adquirir cidadania inglesa e deixar o negócio de alojamento dos imigrantes, transformando os hotéis do seu marido em residências para cidadãos seniores.
No elenco encontramos atores como Beatriz Batarda, Nuno Lopes, Kris Hitchen, Rita Cabaço e Romeu Runa.
Outra das estreias de cinema da semana é “Regresso a Seul”, um filme de Davy Chou.
Por impulso, Freddie, de 25 anos, regressa pela primeira vez à Coreia do Sul, onde nasceu. A jovem lança-se impetuosamente em busca das suas origens neste país que lhe é estranho, seguindo novos e inesperados rumos.
Ainda novidade nas salas é “Filhos de Ramsès”.
Ramsés é um hábil vidente de 35 anos que habita no multicultural bairro parisiense de La Goutte d’or.
Quando um gangue de jovens conflituosos começa a aterrorizar os habitantes locais, o equilíbrio do seu próspero negócio e de toda a vizinhança é posto em causa. Até ao dia em que Ramsés percebe que tem de ter uma nova atitude.
A realização é de Clément Cogitore.