O festival suíço acolhe vários filmes portugueses.
Liliana Teixeira Lopes
Filmes de Catarina Mourão, Tomás Paula Marques e Basil da Cunha, entre outras coproduções portuguesas, vão estar no festival suíço de cinema Visions du Réel, em abril em Nyon.
Neste festival dedicado ao documentário, a presença portuguesa consiste sobretudo em curtas-metragens, a maioria em coprodução, em estreia mundial e em secções competitivas.
A única longa-metragem portuguesa em competição é “Astrakan 79”, de Catarina Mourão, documentário no qual um homem, Martim, de 57 anos, recorda e partilha a história de uma estadia na antiga União Soviética em 1979, por orientação dos pais, militantes comunistas.
Também em Nyon estreia-se “Diltotectónica”, de Tomás Paula Marques, filme que contrapõe a atualidade com o passado, entre a história de Rebeca, que “tenta criar uma coleção de dildos de cerâmica que não seja fálica”, e um amor proibido na Inquisição, refere a sinopse.
O realizador luso-suíço Basil da Cunha apresenta a curta-metragem “2720”, “um retrato coreográfico e poético” rodado com os habitantes do bairro Cova da Moura, na Amadora.
No Visions du Réel vão estar curtas-metragens de escola coproduzidas por Portugal, através do programa DOCNOMADS, do qual faz parte da Universidade Lusófona.
São elas “Souvenirs d’une journée parfaite”, da libanesa Davina Maria, “Rui”, do bielorrusso Ruslan Fedotow, “How Are You, Baba?”, da egípcia Ghada Fikri, “Locus Cordis”, do sírio Alhasan Yousef, e “I Stumble Every Time I Hear From Kyiv”, da ucraniana Daryna Mamaisur.
Depois de já ter estado no DocLisboa, a realizadora romena Ana Vijdea leva a Nyon a curta-metragem “May the Earth Become the Sky”, rodado na comunidade ortodoxa em Lisboa.
A 54ª edição do Visions du Réel decorre de 21 a 30 de abril.
A realizadora argentina Lucrecia Martel será a convidada de honra desta edição, contando com a exibição de alguns dos seus filmes, entre os quais “Zama”, drama histórico coproduzido por Portugal e com direção de fotografia de Rui Poças.