O realizador de "O Exorcista" e "Os Incorruptíveis Contra a Droga" tinha 87 anos.
O realizador William Friedkin, cineasta responsável por filmes como “O Exorcista” e “Os Incorruptíveis Contra a Droga” morreu em Los Angeles aos 87 anos, vítima de insuficiência cardíaca e pneumonia, confirmou à imprensa a sua esposa Sherry Lansing, que chegou a ser CEO da Paramount Pictures e presidente de produção da 20th Century Fox.
Um dos realizadores mais influentes da década de 70 e da chamada “Nova Hollywood”, William Friedkin ganhou o Óscar de Melhor Realização por “Os Incorruptiveis Contra a Droga”.
O cineasta fez parte da primeira geração de autores que revolucionaria o cinema americano a partir de finais da década de 60, onde se incluíam nomes como Robert Altman, Francis Ford Coppola e Peter Bogdanovich (a segunda integraria realizadores como Steven Spielberg, Martin Scorsese e George Lucas).
Entre os vários filmes que realizou, há dois que se destacam a grande altura: “Os Incorruptíveis Contra a Droga”, que injetou de realismo o cinema policial e conquistou cinco Óscares, incluindo o de Melhor Filme, e “O Exorcista”, o maior sucesso da sua carreira e um dos filmes de terror mais míticos de sempre.
William Friedkin nasceu em Chicago em 1935 e começou a carreira na televisão, onde realizou vários telefilmes, documentários e episódios de séries de televisão. O primeiro título de grande impacto da carreira de Friedkin surgiu em 1962 e era um documentário televisivo intitulado “The People vs. Paul Crump”, sobre um prisioneiro condenado à cadeira eléctrica, que teve como consequência a modificação de pena do recluso.
Mas “Os Incorruptíveis Contra a Droga” seria um marco na sua carreira. Protagonizado por Gene Hackman, Roy Scheider e Fernando Rey, o filme aplicava a imagética típica dos documentários ao cinema policial, o que deu à obra uma carga de realismo até então inédita no cinema do género. Com uma vertiginosa perseguição entre automóveis que ficou para a história, a película foi um grande sucesso e foi nomeada a oito Óscares, ganhando cinco, incluindo os de Melhor Filme, Realização (para Friedkin), Ator (para Hackman), Montagem e Argumento Adaptado.
Dois anos depois, Friedkin realizou o maior sucesso da sua carreira, um filme que aterrorizou plateias por todo o planeta e se tornou um êxito colossal: “O Exorcista”.
Adaptado do romance de William Peter Blatty sobre uma menina possuída por um demónio e os esforços de dois padres católicos para a salvar, o filme tornou-se um dos mais polémicos de sempre, foi proibido em vários países, gerou várias lendas em seu redor, tornando-se porventura a fita de terror de maior impacto público de todos os tempos, conseguindo até ser nomeado a 10 Óscares, incluindo ao de Melhor Filme, a primeira vez para uma obra do género.
Além de ter voltado a fazer trabalhos para a televisão, incluindo a realização de dois episódios da série “CSI”, William Friedkin tem prestes a estrear no próximo Festival de Veneza o seu último filme, uma nova adaptação de “Os Revoltados do Caine”, agora protagonizado por Kiefer Sutherland, que será apresentado fora de competição no evento que em 2013 o presentou com o Leão de Ouro de Carreira.
Fonte: Lusa / SAPO Mag
Liliana Teixeira Lopes