Destaque de Tiago Santos
Se no verão passado mergulhávamos no “Mar” de Lana Gasparotti, o single que a anunciava definitivamente ao mundo — e como aqui o dissemos “com a certeza que devia ser navegado pelo mundo fora”, hoje chegamos finalmente ao seu álbum de estreia e sabemos que a aventura ainda agora começou.
Na musica e na arte, talvez ao contrário da vida e da navegação, a chegada a um porto seguro de expectativas certas, estabilidade e conforto não é o mais desejável sinal de boa esperança, para o ouvinte inconformado. E se como Caetano nos ensinou que navegar é preciso, o álbum de estreia de Lana Gasparotti empurra-nos borda fora para uma galáxia de dimensões que habitam o lirismo e riqueza harmonica que Lana retira dos teclados e nos oferece em doses extra de criatividade, onde o jazz, o hip hop, a soul, o disco ou as batidas quebradas e a electrónica convivem e se fundem num só fluido multi-dimensional, psicadélico e futurista.
Já o sabíamos mas agora é claro. A musica de Lana Gasparotti e dos músicos que a acompanham é uma lufada de ar fresco neste país pequeno demais para abraçar toda a riqueza deste singelo álbum de estreia, onde apesar de tudo ainda é mais o que promete e deixa antever no futuro imaginado de Lana, do que toda a riqueza e texturas do seu surpreendente e extraordinário álbum de estreia “Dimensions”.
O álbum de estreia de Lana Gasparotti empurra-nos borda fora para uma galáxia de dimensões que habitam o lirismo e riqueza harmónica — “Dimensions”.