O destaque vai para dois documentários. Um deles, bastante polémico.

Liliana Teixeira Lopes

“Reas” é um dos documentários que estreiam esta semana nas salas de cinema.

A realização é de Lola Arias.

Quando Lola Arias primeiro imaginou este filme, o seu plano era criar uma grande produção artística com os prisioneiros da prisão de Buenos Aires.

Entretanto, com o surgimento da pandemia, as visitas à prisão tornaram-se impossíveis e a realizadora teve de mudar a sua táctica.

Eis, então, que surge Reas (2024): uma mistura do documentário com o musical, em que ex-presidiários reencenam a sua vida na prisão através das suas memórias, simultaneamente ficcionando o passado e trabalhando na conceção de um futuro.

E numa altura em que o nuclear, pelas mais variadas razões, está na ordem do dia, estreia “Energia Nuclear Já!”

“Nuclear Now” (no original) é um polémico documentário assinado pelo, não menos polémico, Oliver Stone.

Em “Energia Nuclear Já!”, Oliver Stone explica que à medida que os combustíveis fósseis continuam a aquecer o planeta, o mundo é forçado a enfrentar a influência das grandes empresas de petróleo e das táticas que, durante gerações, enriqueceram um pequeno grupo de corporações e de indivíduos.

Sob os nossos pés, existem átomos de urânio na crosta terrestre que contêm uma energia incrivelmente concentrada.

Em meados do século XX, a ciência desbloqueou esta energia e usou-a para construir bombas.

Depois, usou-a para dar energia a submarinos e os Estados Unidos lideraram esforços para gerar eletricidade a partir desta nova fonte. Mas, quando as sociedades começaram a fazer a transição para a energia nuclear, afastando-se dos combustíveis fósseis, deu-se início a uma longa campanha de relações públicas para assustar o público, financiada em parte pelos interesses das indústrias do carvão e do petróleo. Esta campanha viria a espalhar o medo sobre a radiação inofensiva de baixo nível e a criar confusão entre armas nucleares e energia nuclear.

Com um acesso sem precedentes às indústrias nucleares de países como a França, a Rússia e os Estados Unidos, Oliver Stone explora as possibilidades de a comunidade global conseguir superar os desafios das alterações climáticas e alcançar um futuro mais promissor através do poder da energia nuclear – uma opção que, segundo ele, pode vir a tornar-se numa maneira vital de garantir a nossa sobrevivência mais cedo do que pensávamos.