O objetivo da Academia é certificar-se que os votantes vejam os filmes candidatos.
Liliana Teixeira Lopes
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou, na segunda-feira, uma mudança nas regras dos Óscares que obriga os seus membros a assistir a todos os filmes nomeados na categoria em que desejam votar.
Até agora, os votantes só precisavam dar a sua palavra de que tinham visto os filmes para votar, mas na prática alguns escolhiam entre os nomeados sem terem visto as produções e influenciados pela moda.
“Os membros da Academia agora devem ver todos os filmes nomeados em cada categoria para estarem habilitados a votar na rodada final do Óscar”, afirmou a entidade em comunicado, explicando que a nova regra será aplicada na próxima gala, prevista para março de 2026.

Apenas os estúdios que concorriam ao Óscar de Melhor Filme, que geralmente têm dez nomeações, faziam campanha todos os anos para tentar garantir que os votantes vêem as suas produções. São eventos como festivais, projeções privadas ou públicas que poderiam ser acompanhadas de rondas de perguntas e respostas com os atores, entre outros.
A Academia não esclareceu como irá verificar que os seus membros realmente assistam aos filmes indicados a uma categoria.
Mas o Hollywood Reporter indicou que a Academia poderia usar a sua plataforma de streaming reservada para membros para provar que assistiram às obras.
E aqueles que os virem em outros espaços, por exemplo num festival ou nos cinemas, terão que “preencher um formulário a declarar quando e onde viram o filme”, disse a revista.

A Academia anunciou outras mudanças de regras em relação ao uso de inteligência artificial (IA) depois desta tecnologia ter sido usada em filmes como “O Brustalista” e “Emilia Pérez”, o que provocou debates na edição deste ano.
O uso de IA não causa desqualificação, afirmou. A realização de um filme com IA generativa ou outra ferramenta tecnológica “não ajuda nem prejudica as chances de obter uma indicação”, explicou.
“A Academia e cada área julgará a atuação tendo em conta que lugar ocupa o ser humano no coração da criação ao escolher o filme que será premiado”, concluiu.