Foi apresentada na quinta-feira, 25 julho, a programação do Festival Internacional de Cinema de Veneza e o novo filme de Tiago Guedes “A Herdade” faz parte da secção competitiva.
Liliana Teixeira Lopes
O Festival de Cinema de Veneza vai ter um filme português vai competir pelo Leão de Ouro pela primeira vez em 14 anos. “A Herdade”, de Tiago Guedes, está na secção competitiva do festival, o que não acontecia desde “O Fatalista”, de João Botelho (2005).
É a “saga de uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, fazendo o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje”.
Também a nova curta-metragem de Leonor Teles vai ter estreia mundial no festival.
“Cães Que Ladram aos Pássaros” vai estar na secção competitiva Orizzonti Short Films Competition, e a história acompanha os dias de verão de uma família forçada a abandonar a sua casa no centro do Porto por causa da especulação imobiliária.
A 76ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza vai decorrer de 28 de agosto a 7 de setembro.
O Festival homenageia ainda 2 nomes grandes do cinema de diferentes gerações.
Primeiro Julie Andrews. O diretor do festival Alberto Barbera explicou que “este Leão de Ouro de Carreira é o merecido reconhecimento de um percurso extraordinário”. Julie Andrews é conhecida pelos seus papéis em filmes premiados como, por exemplo, “Mary Poppins”, “Música no Coração” ou “Victor Victoria”, pelo qual ganhou o terceiro Globo de Ouro, entre outros…
O outro é o cineasta espanhol Pedro Almodóvar que também recebe o Leão de Ouro pela sua carreira, que já é bem longa e recheada de sucesso. O seu último filme “Dor e Glória”, protagonizado por Penélope Cruz e Antonio Banderas, foi bastante aplaudido pela crítica em Cannes.
“La vérité”, de Hirokazu Koreeda, foi o filme escolhido para a abertura da Secção Competitiva. É protagonizado por Catherine Deneuve, Juliette Binoche e Ethan Hawke e conta a história de Fabienne, uma estrela do cinema francês, que quando resolve publicar as suas memórias, a reunião com a sua filha logo se torna conflituosa à medida que a verdadeira história das suas vidas surge.
O filme de encerramento, promete alguma polémica. “The Burnt Orange Heresy”, de Giuseppe Capotondi é descrito como um “erótico e elegante thriller ‘neo-noir’ de Capotondi”.
Em nota de rodapé, a versão restaurada de “Francisca”, de Manoel de Oliveira vai também ser exibida no festival de Veneza. Adaptação ao cinema do livro “Fanny Owen”, de Agustina Bessa-Luís é exibida na secção “Venice Classics”.