Newseum encerra a 31 de Dezembro

A poucos passos do Capitólio, em Washington, a estrutura de vidro e aço do museu da informação, o Newseum foi, por mais de uma década, um símbolo para a imprensa e a liberdade de expressão.

Mas agora, como reflexo dos problemas que a indústria dos meios de comunicação nos Estados Unidos enfrenta — uma luta financeira contínua — o museu vai fechar as suas portas já no próximo dia 31 de dezembro.

Com exposições que vão dos ataques no 11 de setembro à queda do Muro de Berlim, assim como capas de jornais de todo o mundo, o museu anunciou no começo do ano que iria vender o seu edifício — desenhado pelo arquiteto James Polshek — à Universidade Johns Hopkins, por 372 milhões de dólares (ou seja, 335 milhões de euros).

A organização sem fins lucrativos The Freedom Forum, criada pelo fundador do jornal “USA Today”, Al Neuharth, comprometeu-se a continuar a sua missão de educar o público sobre a importância de uma imprensa livre, mas não indicou se vai abrir um novo espaço público de exposições sobre a imprensa.

O primeiro Newseum foi inaugurado em 1997, em Arlington, na Virginia, e, em 2008, transferiu-se para um prédio de 450 milhões de dólares (405 milhões de euros) entre o Capitólio e a Casa Branca, em Washington.

Durante duas décadas, o museu recebeu 10 milhões de visitantes e albergou centenas de eventos e conferências. No entanto, com o preço dos bilhetes a ultrapassar os 20 dólares numa cidade que dispõe de museus de classe mundial gratuitos, o Newseum atravessou períodos de dificuldade.

O destino do Newseum reflete um setor mergulhado numa crise cada vez mais profunda e em que milhares de jornais norte-americanos encerraram as suas atividades por causa de problemas financeiros. O emprego nas redações caiu 25 por cento entre 2008 e 2018, segundo um levantamento da Pew Research Center.

Entretanto, os visitantes dos últimos dias do museu já admitiram que vão sentir falta do local.

https://www.newseum.org/

Fonte: SAPO 24

Liliana Teixeira Lopes