Devia ter começado esta semana no Cinema São Jorge, mas mesmo assim não foi cancelada. Transfere-se apenas para a sala de cinema “lá de casa”.
Liliana Teixeira Lopes
Deveria ter arrancado na quarta-feira, 1 de abril, no São Jorge, a 13ª Festa do Cinema Italiano. Mas à falta de salas – e de permissão – a direção do festival decidiu celebrá-lo na mesma.Na televisão e na plataforma de streaming Filmin, os filmes italianos não vão faltar por estes dias de quarentena.
A organização promete anunciar uma nova data em “breve” para o festival nas salas de cinema, mas arranca agora com uma programação alternativa com mais de 100 filmes italianos para ver em casa.
“Hitler VS Picasso: A Obsessão Nazi Pela Arte”, de Claudio Poli, “Tintoretto – Um Rebelde em Veneza”, documentário de Giuseppe Domingo Romano que assinala os 500 anos do nascimento do pintor renascentista, “Michelangelo Infinito”, de Emanuele Imbucci, “Beautiful Things”, de Giorgio Ferrero e Federico Biasin, e “Palombella Rossa”, filme de 1989 de Nanni Moretti, são alguns dos que fazem parte da Festa do Cinema Italiano que se faz, para já, com estes filmes a serem transmitidos nos Canais TVCine.
Também ao Filmin, a plataforma de streaming de cinema independente que nas últimas semanas em parcerias com várias distribuidoras tem sido reforçada, chega a Festa do Cinema Italiano. A plataforma de streaming acolhe uma programação especial dedicada a Itália. No total, são 114 os filmes italianos disponíveis por subscrição (6 euros e 95 por mês).
Por exemplo, podem ser vistos o aclamado “Dogman”, de Matteo Garrone, o mais recente filme de Paolo Virzì, “Noites Mágicas”, ou ainda “Lucia Cheia de Graça”, de Gianni Zanasi. Mas não só. Há também uma seleção de filmes de Abel Ferrara: “Pasolini” (2014) ou “Tommaso”, o seu mais recente filme autobiográfico – ambos protagonizados por Willem Dafoe.
A juntar a estes, e ainda no Filmin, existe uma seleção de filmes premiados em edições anteriores da Festa do Cinema Italiano, como “Almas Negras”, de Francesco Munzi, “Le Cose Belle”, de Giovanni Piperno e Agostino Ferreante, “A Máfia Só Mata no Verão”, de Pif, e um conjunto de títulos de nomes de referência como Alice Rohrwacher, Paolo Sorrentino, Bernardo Bertolucci e Giuseppe Tornatore. Há também um grande punhado de clássicos de Fellini, Rossellini, Visconti, Scola.
Destaque ainda para a estreia do inédito “Selfie”, o premiadíssimo documentário de Agostino Ferrante do ano passado.