É mais um negócio em Hollywood. O cinema a render-se ao streaming.
Liliana Teixeira Lopes
A Amblin de Spielberg vai fazer vários filmes todos os anos para a Netflix, o que acontece após o realizador se mostrar profundamente cético em relação ao lançamento de filmes em streaming – diziam os rumores. Mas…
Apesar de não ser exclusiva, a aliança com Spielberg é um grande passo para a Netflix, num momento em que a competição com rivais como Disney+ e HBO Max está cada vez mais intensa.
O acordo foi anunciado após notícias de que Spielberg era profundamente cético em relação ao lançamento de filmes em streaming e até teria tentado impedir os filmes da Netflix de competir nos Óscares, o que próprio Spielberg desmentiu.
Numa declaração conjunta sobre o acordo com a Netflix, o realizador de títulos como “Tubarão”, “E.T.”, “A Lista de Schindler”, “O Resgate do Soldado Ryan” ou a saga “indiana Jones” descreveu “esta nova via para os nossos filmes” como uma “oportunidade incrível de contar novas histórias juntos e alcançar o público de outra maneira”.
Spielberg também elogiou o seu relacionamento próximo com o copresidente da Netflix, Ted Sarandos, um homem fora da indústria que se tornou um dos principais e mais poderosos empresários de Hollywood.
A Amblin vai continuar a produzir para o estúdio Universal Pictures, enquanto a sua versão de “West Side Story” será lançada pela 20th Century, propriedade da Disney.
O acordo com a Netflix é firmado num momento em que a indústria muda o modelo de longa-metragem para cinemas para produções lançadas em plataformas online simultaneamente e até antes do que grande ecrã. Em vários casos, os filmes nem chegam aos cinemas.
O acordo também não especifica se os filmes de Spielberg para a Netflix estrearão primeiro no grande ecrã.
Outros cineastas aclamados assinaram recentemente acordos com a Netflix, incluindo Martin Scorsese, Spike Lee, seguindo o exemplo com vários anos de David Fincher.