Shakira, Elton John, Julio Iglesias, Swedish House Mafia ou Ringo Starr viram os seus nomes citados na fuga de informação sobre contas e empresas offshore potencialmente utilizadas para evasão fiscal.
Shakira e Elton John já reagiram e negaram quaisquer ilegalidades relacionadas com as empresas offshore que mantêm em paraísos fiscais. Os nomes dos dois artistas foram citados nos Pandora Papers, o mais recente projeto de investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação sobre contas e empresas offshore potencialmente utilizadas para esconder e lavar dinheiro.
Num comunicado partilhado com a revista Newsweek, representantes da cantora colombiana dizem: “No que diz respeito à informação publicada recentemente sobre os Pandora Papers, a equipa de advogados e conselheiros de impostos de Shakira negam que as empresas referidas tenham sido criadas em 2019. Foram criadas entre 2001 e 2009, de acordo com a legislação aplicável e muito antes de Shakira residir em Espanha”.
Lembro que a artista é mulher do futebolista espanhol Gerard Piqué e está a ser acusada de dever mais de 14 milhões de euros ao fisco espanhol, relativos a rendimentos que amealhou entre 2012 e 2014, anos em que, alegadamente, já vivia em Espanha. Shakira defende-se, dizendo que nos anos referidos só visitava o país esporadicamente e que residia nas Bahamas, onde não são cobrados impostos sobre rendimentos.
Já Elton John, que tem mais de 12 empresas registadas nas Ilhas Virgens Britânicas, fez saber, também através de representantes, e em declarações ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que todas essas empresas pagam impostos no Reino Unido e que não as utiliza para evitar o pagamento das taxas.
O artista e produtor RedOne, o Beatle Ringo Starr, os cantores espanhóis Julio Iglesias (que tem pelo menos 20 empresas sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, através das quais adquiriu um avião privado e casas de luxo em Miami) e Miguel Bosé e o coletivo de música eletrónica Swedish House Mafia são visados nos Pandora Papers.
Apesar de o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, composto por 600 jornalistas de 117 países, não apontar diretamente ilegalidades, até porque não é ilegal ter bens em paraísos fiscais (é dito, sim, é que é uma questão ética), vários governos onde os visados nos quase 12 milhões de documentos divulgados têm a sua morada fiscal já vieram a público dizer que vão abrir investigações para tentar encontrar possíveis fugas aos impostos.
https://www.icij.org/investigations/pandora-papers/
Fonte: ICIJ / Blitz
Liliana Teixeira Lopes