Destaque de Tiago Santos
“Cinema Imaginado” é o titulo do álbum de estreia de Bruno de Almeida, um nome que é sinónimo de algum do melhor cinema português — e se não viram o “Cabaret Maxime”, vão ver.
O que muitos não sabiam é que a carreira de Bruno de Almeida, cineasta de 57 anos que divide a sua carreira entre Nova Iorque e Lisboa, havia começado na música na década de 80 na mítica cena underground nova iorquina. Associado ao trompetista Graham Haynes, filho do baterista jazz Roy Haynes e ele próprio uma figura da cena de Nova Iorque que germinava em clubes como Knitting Factory ao lado de gente como John Zorn ou Arto Lindsay.
Agora, Bruno de Almeida realiza esta homenagem a essa Nova Iorque rebelde, entre o punk, o jazz, o funk e a spoken word, num surpreendente relato de histórias incríveis e cenas urbanas relatadas por um escritor imaginário que observa a cidade e os seus personagens enquanto nos leva numa viagem inquieta de Nova Iorque ao Rio de Janeiro.
“Cinema Imaginado” conta com alguns grandes nomes do jazz nacional, além de Graham Haynes, a roda de samba Viva o Samba e as palavras, o olhar e a voz de Bruno de Almeida. Uma das grandes surpresas do ano e a revelação de uma historia que vive através da música, à espera de ser contada.