O poeta faria hoje 99 anos e para 2023, para celebrar o seu centenário, já existem algumas iniciativas previstas.
Um colóquio internacional sobre Eugénio de Andrade e uma grande exposição bio-bibliográfica são dois dos principais eventos programados para celebrar o centenário do poeta, que se assinala a 19 de janeiro do próximo ano.
Se fosse vivo, Eugénio de Andrade faria hoje 99 anos. “Foi constituída uma Comissão que se encarregará de promover diversas iniciativas que celebrem dignamente o centenário do nascimento do poeta”, anunciou em comunicado a Comissão Organizadora do Centenário do Nascimento de Eugénio de Andrade.
Estes dois eventos, os mais importantes já previstos, vão ter lugar no Porto e no Fundão, em datas e lugares ainda indicar.
No entanto, a comissão prevê que se realizem ao longo de 2023 outras iniciativas em vários lugares do país, como pequenos colóquios, exposições, publicações ou recitais.
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu em 1923, no Fundão, e morreu no Porto em 2005, aos 82 anos. Aos dez anos mudou-se para Lisboa, devido à separação dos pais, e três anos depois escreveu os seus primeiros poemas.
Em 1938, aos 15 anos, enviou alguns desses poemas a António Botto que, gostando do que leu, o quis conhecer, encorajando-lhe a veia literária.
Ao longo da vida fez diversas viagens e foi convidado a participar em vários eventos, tendo travado amizades com personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como Joel Serrão, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, Joaquim Namorado, Sophia de Mello Breyner Andresen, Agustina Bessa-Luís, Teixeira de Pascoaes, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Mário Cesariny, Ángel Crespo, Marguerite Yourcenar, Herberto Helder e Óscar Lopes, entre outros.
Apesar do seu prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com “essa debilidade do coração que é a amizade”.
A sua extensa produção literária granjeou-lhe vários prémios e distinções, entre os quais o Premio Camões, em 2001, mas também o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), o Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988) e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989).
Em 2017, a Assírio e Alvim publicou uma obra que reúne toda a poesia de Eugénio de Andrade, a partir da última edição revista em vida pelo autor e com prefácio de José Tolentino Mendonça.
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes