O rapper londrino arrecadou o cobiçado galardão pelo seu álbum de estreia, “Psychodrama”, derrotando trabalhos como “GREY Area” de Little Simz, “Nothing Good About Britain” de Slowthai ou “Driftglass” dos SEED Ensemble, entre outros.
“Psychodrama” foi editado a 8 de Março deste ano e segue a linha conceptual de uma sessão de terapia. Repartidos por uma estrutura de três actos – meio, relações e bússola social – os onze temas do álbum oferecem um vislumbre sobre as lutas de Dave com questões como racismo, ausência da figura paternal, saúde mental (nomeadamente, com a depressão) e com o encarceramento do seu irmão mais velho – Christopher Omoregie foi condenado por homicídio em 2012. Em variadas entrevistas, Dave revelou que a ideia da sessão de terapia enquanto fio condutor do disco foi inspirada directamente pelas sessões de terapia do seu irmão na prisão.
A última vez que o prémio tinha sido atribuído a um álbum na área do hip-hop fora em 2016, ano em que Skepta conseguiu o feito pelo seu quarto longa-duração, “Konnichiwa”, que está ancorado no subgénero grime. Dave faz, agora, parte do restrito grupo de MCs que conseguiram o Mercury Prize. Além dele e de Skepta, só Ms Dynamite, Dizzee Rascal, Speech Debelle e o trio escocês Young Fathers conseguiram a proeza, desde 1992.
João Barros