O festival de cinema começa já amanhã.

O realizador português Diogo Salgado prepara-se para uma dupla estreia em julho no Festival de Cinema de Cannes, onde vai estar pela primeira vez, e vai mostrar a curta-metragem “Noite Turva”, candidata à Palma de Ouro.

“Noite turva”, que integra a competição oficial, é o resultado de um longo projeto cinematográfico de Diogo Salgado, iniciado há três anos, ao sabor das dificuldades de financiamento e da disponibilidade emocional para o concluir, como contou à agência Lusa.

Esta curta-metragem é o primeiro filme do realizador conimbricense de 26 anos e foi iniciado depois de ter estudado na Escola Superior de Teatro e Cinema, onde se formou em direção de fotografia.

A curta-metragem é uma narrativa sobre dois rapazes que brincam numa floresta, sendo que um deles desaparece junto a uma lagoa, já de noite.

O filme é sobretudo visual, marcado por planos escuros, pelos sons da vida na floresta, sobretudo à noite, e não tem diálogos nem qualquer narração.

Atualmente a fazer um mestrado em cinema, Diogo Salgado admite “alguma urgência em concretizar certas ideias”, mas vai esperar pelo retorno da circulação de “Noite turva” em Cannes e, possivelmente, noutros festivais.

O 74º Festival de Cinema de Cannes decorre de 6 a 17 de julho, dia em que serão anunciados os vencedores das competições.

Ainda no capítulo das curtas-metragens, nos programas em Cannes dedicados a projetos cinematográficos ainda em curso, em desenvolvimento e pós-produção, serão mostrados a profissionais os filmes “Entre a luz e o nada”, de Joana de Sousa, com produção de Pedro Fernandes Duarte, e “O fim do verão”, de Marco Veloso, com produção da Escola Superior de Teatro e Cinema.

Na Quinzena de Realizadores, um dos programas paralelos do festival, estrear-se-á “Diários de Otsoga”, de Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro.

Quem também estará em Cannes é o realizador David Pinheiro Vicente, com o projeto da primeira longa-metragem, intitulado “Entre o passado e o futuro”, que foi desenvolvido no âmbito do programa Cinéfondation e que conta com coprodução luso-francesa da O Som e a Fúria e La Belle Affaire.

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Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes