O New York Times acaba de acrescentar várias centenas de artistas à lista de de lesados cujas fitas originais se perderam num incêndio nos armazéns de arquivo da Universal em 2008.
Conforme já mencionado na Oxigénio, a publicação avançou um longo artigo, no início do mês, em que levantou o véu sobre como o grupo editorial terá encoberto os danos reais do fogo. Quando aconteceu, o incêndio foi reportado como tendo sido extinto sem perdas de maior, com um foco apontado sobretudo para o arquivos televisivo e cinematográfico da companhia, cujos armazéns ardidos eram maiores. No entanto, a investigação do diário revelou que as perdas no âmbito da música rondarão cerca 500 mil obras.
Ontem, o New York Times publicou uma nova lista de lesados, que adiciona mais de 700 artistas à primeira enumeração (que contava já para lá de uma centena de nomes). Além de registos assinados por lendários, como Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Duke Ellington, Alice e John Coltrane, sabe-se, agora, que também se perderam múltiplos discos ou canções de nomes com obras bem mais recentes, casos de DJ Shadow, os The Roots, Mary J.Blige, Snoop Dogg, Tupac, Jurassic 5, Eric B. & Rakim ou até mesmo Eminem, para nomear apenas alguns, numa longa lista que se estende por mais de cinco décadas e por quase todos os géneros de música popular.
Depois da reportagem inicial, chegou dia 21 de Junho a notícia de que um grupo de músicos e representantes de património estaria a processar o grupo Universal pelas perdas sofridas. O processo judicial reclama, para já, compensações que ascendem aos 100 milhões de dólares.
O grupo Universal é o maior grupo de edição discográfica do mundo, controlando os catálogos de várias dezenas de editoras, incluindo a Decca, a DefJam, a Blue Note, a Capitol, a Interscope, a EMI, a Polydor e a Astralwerks, entre outras. Entre subsidiárias e editoras de cariz regional e global, o grupo Universal contabiliza quase duas centenas de organizações sob a sua alçada.
João Barros