Os duplos de ação e risco sentem-se ameaçados pela Inteligência Artificial.
Liliana Teixeira Lopes
Os atores de Hollywood têm estado em greve, e entre as razões que os levaram a paralisar está o medo de que a Inteligência Artificial afete os seus empregos. Mas para os duplos de ação e risco, essa ameaça já é mesmo real.
De séries como “A Guerra dos Tronos” aos mais recentes filmes de super-heróis da Marvel, há algum tempo que os estúdios reduzem custos ao usar figuras humanas geradas por computador para reduzir o número de atores necessários nas cenas de batalha.
A ascensão da Inteligência Artificial permite explorar técnicas mais baratas e potentes para criar sequências de ação de alta complexidade, como perseguições de carros e tiroteios, sem (custos) humanos.
O trabalho dos duplos de ação, uma tradição consagrada de Hollywood que vai desde os filmes mudos de época até ao último capítulo da franquia “Missão Impossível”, corre assim o risco de se reduzir rapidamente.
Para duplos de risco, hoje o melhor resultado é obtido misturando-se o trabalho de atores humanos com efeitos visuais e Inteligência Artificial para conseguir sequências que poderiam ser muito perigosas se feitas apenas com as velhas técnicas. Mas essa parceria pode vir a ficar cada vez mais reduzida.