Os destaques vão para o regresso de Roy Anderson e o mais recente filme do brasileiro Filipe Bragança.
Liliana Teixeira Lopes
“Da Eternidade” é o mais recente filme do reconhecido cineasta sueco Roy Andersson. É uma reflexão sobre a vida humana em toda a sua beleza e crueldade, o seu esplendor e a sua banalidade, com um toque de humor negro, bem caraterístico de Anderson. Nela deambulamos, como que num sonho, suavemente conduzidos pela nossa narradora “Scheherazadesca”.
Lê-se na sinopse, a este “Da Eternidade” é feito de “momentos inconsequentes assumem o mesmo significado que eventos históricos: um casal flutua sobre uma Colónia devastada pela guerra; a caminho de uma festa de aniversário, um pai pára à chuva para apertar os atacadores dos sapatos da filha; raparigas adolescentes dançam à porta de um café; um exército derrotado marcha para um campo de prisioneiros de guerra”.
“Da Eternidade” é simultaneamente uma ode e um lamento. Apresenta-nos um caleidoscópio de tudo o que é eternamente humano, uma história infinita da vulnerabilidade da existência.
Com um elenco rico que vai de Higor Campagnaro, Tainá Medina, Sophie Charlotte, Isabél Zuaa e Adriano Luz, além de Catarina Wallenstein, o filme “Um Animal Amarelo” foi o escolhido para encerrar o festival IndieLisboa e promete repensar no nosso passado e transformá-lo numa fábula global.
Este “Um Animal Amarelo” é o mais recente trabalho do jovem cineasta brasileiro Felipe Bragança e centra-se na história com ecos coloniais de um aspirante a realizador que decide refazer a sua vida como “caçador de riquezas” em Moçambique, sempre acompanhado pelo fémur dos seus antepassados e por um “espetro animalesco”.
Fernando é, assim, um falido cineasta brasileiro que parte numa jornada por Brasil, Portugal e Moçambique em busca de fantasmas do passado colonial e das memórias do seu avô, numa melancólica fábula tropical.