O destaque desta semana vai para duas histórias reais com mulheres portuguesas.

Liliana Teixeira Lopes

O filme luso-americano “A Rapariga no Banco de Trás” é “um testemunho da resiliência do cinema independente”. Foi isso mesmo que disse à agência Lusa a protagonista, argumentista e produtora, Kika Magalhães, que aqui contracena com o marido, o ator Chris Marrone. A realização é de Nick Laurant.

O argumento que Kika Magalhães escreveu tem como base histórias reais de tráfico humano.

Falado em inglês com várias cenas em português, “A Rapariga no Banco de Trás” conta a história de Sofia, uma emigrante portuguesa que é apanhada numa rede de tráfico humano em Los Angeles. Chamar a atenção para este submundo foi um dos objetivos de Kika Magalhães ao escrever o guião.

“No Canto Rosa” é um documentário da realizadora Cláudia Rita Oliveira sobre abuso psicológico e violência doméstica, a partir da história da mãe, e é também um retrato sobre o sistema judicial e social português.

“Este filme é sobre presas e predadores numa sociedade patriarcal. Somos a mesma espécie, acho que não devia haver presas e predadores, (mas) acho estranho que as coisas socialmente estejam organizadas dessa forma e essa reflexão é feita através da história da minha mãe”, contou a realizadora à agência Lusa.

No documentário “No Canto Rosa”, Cláudia Rita Oliveira acrescentou ainda um contexto social, de um tempo em que havia crimes de desonra, durante o Estado Novo, até à consagração de direitos das mulheres na Constituição de 1976, já em democracia.