Uma biografia de Charles Aznavour e o mais recente filme de Edgar Pêra com recurso a Inteligência Artifical são os destaques.
Liliana Teixeira Lopes
“Monsieur AZNAVOUR” de Mehdi Idir e Grand Corps Malade, com Tahar Rahim no papel do icónico cantor e actor francês Charles Aznavour, chega esta semana aos cinemas.
Este é um filme que nos faz descobrir o percurso excecional e intemporal de Charles Aznavour e das suas canções inesquecíveis.
Filho de refugiados arménios, pequeno, pobre, nada parecia indicar que pudesse conquistar o sucesso. Mas com trabalho e uma perseverança incomum, Charles Aznavour tornou-se um monumento da canção, um símbolo da cultura francesa. Com centenas de canções, interpretadas em várias línguas, concertos no mundo inteiro, inspirou músicos de todas as gerações.
“Cartas Telepáticas”, que ficciona uma troca de correspondência entre o poeta português Fernando Pessoa e o escritor norte-americano H.P. Lovecraft, estreia também esta semana nas salas de cinema nacionais.
O filme “Cartas Telepáticas”, do realizador Edgar Pêra, feito com recurso a aplicações de Inteligência Artificial, ficciona uma troca de correspondência entre os dois autores, sobre os quais Edgar Pêra foi encontrando pontos de contacto, desde que começou a lê-los na adolescência.
É através da ficção que Edgar Pêra coloca Pessoa e Lovecraft a trocarem ideias sobre cosmos e o fantástico, sobre arte ou sobre moralidade.
O dispositivo escolhido para fazer a ponte entre os dois autores foi através de aplicações de Inteligência Artificial de criação de imagem em movimento, que lhe permitiram escrever, filmar e montar a longa-metragem praticamente em tempo real.
Em agosto passado, nas vésperas da estreia do filme no festival de cinema de Locarno (Suíça), Edgar Pêra explicou à agência Lusa que quis aproveitar as potencialidades das aplicações de Inteligência Artificial, de utilização comum, que estavam ainda em desenvolvimento há um par de anos.
Em “Cartas Telepáticas” só as vozes são reais, com narração de Keith Esher Davis, Iris Cayatte, Bárbara Lagido e Victoria Guerra. Tudo o resto resulta de uma montagem de comandos de ação indicados por Edgar Pêra, que geraram múltiplas imagens em movimento, cenários, paisagens, algumas grotescas, bizarras, disformes, hipóteses de imagens animadas de Fernando Pessoa e Lovecraft.