Uma viagem de táxi e uma catedral em chamas. São os pontos de partida de dois dos filmes que chegam hoje às salas.
Liliana Teixeira Lopes
“No Táxi do Jack”, a mais recente longa-metragem de Susana Nobre, chega agora às salas de cinema, depois de ter sido premiado com o mais importante galardão no Festival IndieLisboa 2021.
Joaquim Calçada desfia as memórias da sua antiga vida de emigrante em Nova Iorque, onde trabalhava como taxista. Aos 63 anos e quase na reforma, vê-se obrigado a colecionar selos que provem a busca ativa por um novo trabalho, a fim de continuar a receber o subsídio de desemprego.
O filme dá continuidade à sequência de reflexões da realizadora sobre a temática do trabalho, da qual resultaram “Vida Ativa” (DocLisboa, 2013) e a curta “Provas Exorcismos” (Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, 2015).
Outra das novidades da semana nos cinemas é “Notre-Dame em Chamas”, de Jean-Jacques Annaud.
15 de abril de 2019 era apenas mais um dia na vida da Catedral de Notre-Dame, cheia de turistas e com os trabalhadores a reabilitar o telhado, quando, às 18h18, o sistema de segurança alerta para a existência de um incêndio.
Apesar de as imagens do fumo a sair da catedral já circularem nas redes sociais de todo o mundo, levou quase uma hora até os bombeiros de Paris serem informados.
Um grupo de jovens bombeiros avança para a batalha para enfrentar um incêndio que já estava fora de controlo, numa luta implacável contra o fogo – a uma temperatura de mais de 600 graus – num esforço para salvarem alguns dos tesouros mais valiosos da capital francesa.
Minuto a minuto, o filme descreve a luta das pessoas anónimas, os colossais meios utilizados, os reforços vindos de toda a parte, as imagens transmitidas por todo o mundo, o sacrifício máximo de todos os jovens, que avançam apesar dos avisos dos arquitetos que preveem o colapso da catedral, apesar da pressão das autoridades.
“Notre-Dame em Chamas” propõe, assim, um thriller inspirado no incêndio que alarmou Paris e o mundo há três anos.