O destaque desta semana vai para três filmes portugueses.
Liliana Teixeira Lopes
Depois de uma vitória nos prémios Sophia, a curta portuguesa “Coney Island” chega ao cinema esta semana.
O filme “Coney Island – As Primeiras Vezes”, de Joana Botelho, que viaja até um dos pontos turísticos mais conhecidos de Nova Iorque venceu o Prémio Sophia de Melhor Curta-Metragem Documental, e já tinha ganho o Prémio Fnac Novos Talentos em 2023.
Com texto de Frederico Batista, que também narra o filme com Sara Carinhas, é uma viagem a três tempos (reais ou imaginários) até Coney Island, a península que é um dos mais célebres pontos turísticos de Nova Iorque.
O realizador Luís Filipe Rocha acredita que “o território da família chega e sobra para contar a história da Humanidade” e um exemplo disso mesmo é o filme “O teu rosto será o último”, que se estreia nas salas portuguesas esta semana.
A longa-metragem de ficção chega agora aos cinemas mais de uma década depois de Luís Filipe Rocha ter lido o romance “O teu rosto será o último”, do escritor João Ricardo Pedro, e de ter comprado os direitos de adaptação.
O cineasta escreveu o argumento a partir daquele romance de estreia, que valeu a João Ricardo Pedro o Prémio Leya 2011. O que o fascinou foi “a fascinante dificuldade” de alguém em não conseguir lidar com um dom.
Esse alguém é uma das personagens do romance e o protagonista do filme, Duarte, que nasceu com uma capacidade extraordinária de tocar piano, para a qual não estava preparado, e que renegou também pelas circunstâncias familiares em que cresceu, com um pai a lidar muito mal com os traumas da Guerra Colonial.
Também novidade no cartaz cinematográfico desta semana é “Manga d’Terra”, filmado na Reboleira, com a força da mulher cabo-verdiana e o amor do realizador a este bairro na Amadora.
Estreado mundialmente no Festival de Locardo no ano passado, e com passagem pelo Indie deste ano, “Manga d’Terra” é a terceira longa-metragem do realizador luso-suíço Basil da Cunha, que volta a filmar no bairro onde reside, assim como a maioria dos atores — a Reboleira, no concelho da Amadora.
A personagem do filme, Rosa, uma jovem cabo-verdiana que adora cantar e deixa os filhos no arquipélago africano enquanto tenta a sua sorte em Portugal, encontra no seu percurso “uma sociedade patriarcal, dominada por homens brancos”.