A mostra exibe manuscritos e desenhos originais de Saint-Exupéry nunca antes vistos.
Paris acolhe uma exposição retrospetiva do livro “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry, em que vai ser possível ver o manuscrito e os desenhos originais entre os mais de 600 documentos em torno do livro.
A exposição pode ser visitada a partir de hoje no Museu de Artes Decorativas, em Paris, sendo uma retrospetiva da obra publicada em 1943 pelo autor, mas que só chegou a França em 1946, depois da morte de Saint-Exupéry, escritor e piloto da Resistência francesa, que se despenhou no Mediterrâneo em 1944 em circunstâncias por esclarecer.
A mostra arranca com documentos da infância de Saint-Exupéry, nascido no seio de uma família aristocrática de Lyon em 1900, interessado desde os seus primeiros anos pela escrita e pela ilustração, assim como pelo ainda incipiente mundo da aviação, no qual foi pioneiro.
A sua experiência como piloto, primeiro no correio postal, com o qual viajou por África e mais tarde pela América Latina – foi diretor da Aeroposta Argentina em 1929 – e o seu trabalho como repórter são a origem dos seus romances “Courrier Sud”, adaptado ao cinema na época, “Vol de Nuit” e “Terre des Hommes”.
O último foi escrito com base no acidente que Saint-Exupéry sofreu em 1935 com o seu mecânico André Prévot num voo entre Paris e Saigão (atual Ho Chi Min, Vietname), ficando vários dias presos no deserto do Sahara, na zona da Líbia, uma experiência que esteve também na origem d’“O Principezinho”.
A sua esposa, a salvadorenha Consuelo Suncín-Sandoval Zeceña, com quem teve uma relação conflituosa, aparece também na exposição como o seu grande amor e fonte de inspiração da rosa, símbolo do amor que o protagonista do livro tenta proteger.
Que muitos destes desenhos nunca tenham visto a luz do dia é outro mistério na história de Saint-Exupéry.
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Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes