Testemunhos da censura em Portugal, no edifício das antigas instalações do Diário de Notícias, de hoje a 27 de abril.

Vários testemunhos da censura que amordaçou o país durante 48 anos de ditadura vão estar patentes em Lisboa a partir de hoje, numa exposição que tem a intenção “pedagógica” de mostrar o que é a liberdade, pela sua negação.

A censura exerceu-se sobre a imprensa, a literatura, a arte, a publicidade, todos os meios de comunicação e expressão artística, com o objetivo de silenciar críticas e pensamentos discordantes do “bem comum”, criando a imagem de um país ideal, bem diferente do país real, aquele “que não podia vir a público”, segundo os organizadores.

Esse “poderoso instrumento” e “uma das principais armas políticas” do regime autoritário é exposto e explicado numa mostra patente até 27 de abril, no edifício das antigas instalações do Diário de Notícias, intitulada “Proibido por inconveniente – Materiais das Censuras no Arquivo Ephemera”, que é comissariada pelo historiador José Pacheco Pereira, também dono do arquivo Ephemera, e conta com a curadoria de Carlos Simões Nuno e Júlia Leitão de Barros.

Resultante de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa, a EGEAC e a Ephemera, a exposição está dividida em vários núcleos temáticos, que mostram as várias faces da censura: da prévia à que atuava ‘a posteriori’; da que censurava, mas fazia critica literária, à elitista; da que atuava através de diversos organismos à que se fazia de invisível.

Jornais, livros, revistas, discos, autos, relatórios e publicações clandestinas, oriundos da biblioteca e arquivo de Pacheco Pereira estão dispostos por vários expositores.

https://ephemerajpp.com/2022/04/06/exposicao-sobre-as-censuras-com-material-do-arquivo-ephemera-inaugura-dia-7-de-abril-no-edificio-do-diario-de-noticias/

https://officialjpp.com/index.html

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes