O festival decorreu entre 17 e 20 de outubro, em Espinho. A lista de vencedores é variada.

Filmes sobre estrelas cadentes, recifes marinhos e o programa espacial Apollo, todos para exibição em telas dispostas a 360 graus de circunferência, venceram a quinta edição do Festival de Cinema Imersivo de Espinho, que decorreu entre 17 e 20 de outubro, no planetário dessa cidade do distrito de Aveiro. O festival tem caráter bienal e reuniu na edição de 2019 cerca de 50 obras imersivas de 18 nacionalidades, a maioria das quais em estreia nacional e muitas delas produzidas também com tecnologia para visionamento a três dimensões.

O melhor filme em 3D foi “Lúcia, o segredo das estrelas cadentes”, uma produção francesa que, realizada por Laurent Asselin para o Planetário de Saint-Etienne, que se distinguiu “pelo somatório global da história – animação, enredo, imersividade associada ao controlo da iluminação” – e evidenciou assim “uma qualidade estética singular”.

Também no que se refere às sessões em 3D, a obra com “melhor imersão” foi “CAPCOM GO! A história da Apollo”, um documentário britânico que, produzido pela NSC Creative e realizado por Max Crow, que revela os feitos históricos daquele programa espacial norte-americano e o trabalho necessário para levar o primeiro homem à lua.

Outro dos grandes vencedores de este ano foi “Expedição ao recife”, uma obra encomendada pela Academia de Ciências da Califórnia a Ryan Wyatt, realizador e diretor do Planetário Morrisson. O filme explora a beleza da biodiversidade dos recifes corais e alguns dos cientistas envolvidos na recuperação desse património marinho, sendo que o júri distinguiu a obra “pelo detalhe dessa fantástica produção” e pelo contínuo narrativo com que retém a atenção do espectador.

Para além dessas obras, o festival de Espinho também premiou a curta neozelandesa “O grande Waka”, produzida pela OHU FX e dirigida por Frank Rueter e Matt Pitt…  Elogiada pelo júri do festival pela sua “simplicidade, ritmo, adequação ao espaço e grande beleza artística”, a obra aborda a criação da Via Láctea e conta como todas as suas constelações têm sido usadas ao longo dos tempos para ajudar os marinheiros polinésios a navegarem os mares do Sul.

Entre as curtas-metragens do evento, o filme que proporcionou ao público melhor imersividade foi “Levitação Urbana”, uma produção alemã do estúdio Schwitalla que, realizada por Sergey Prokofyev, apresenta um modelo de Manhattan e a conceção visual na base do projeto arquitetónico “Torre de Desportos”, que foi finalista na competição de arranha-céus eVolo2011.

Quanto ao prémio do público, foi atribuído à curta holandesa “Tempo Fractal”, produzida e realizada por Julius Horsthuis em torno do conceito matemático de fractais. Brincando com a origem e o futuro do universo, essa obra abstrata convida a audiência a participar numa viagem de descoberta em que cidades emergem de naves espaciais e o fundo de oceanos se transforma em florestas.

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Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes