No final deste mês é mostrado cinema português na capital francesa.
Liliana Teixeira Lopes
A capital francesa acolhe no fim deste mês o primeiro festival de cinema “Olá Paris”, com uma seleção de filmes portugueses atuais num encontro entre realizadores e atores a pensar no público francês. A 1ª edição decorre entre 29 de novembro e 1 de dezembro, no Club de l’Étoile cinéma, perto do Arco do Triunfo em Paris.
O festival pretende ser “um ponto de encontro agora habitual para o cinema português, que os produtores portugueses, os artistas portugueses, os realizadores portugueses saibam que em Paris há um evento onde podem mostrar os seus filmes”, disse à agência Lusa do co-organizador Fernando Ladeiro-Marques.
“E que o público francês também tenha a possibilidade de ver em pouco tempo vários filmes desta nova geração” de portugueses, acrescentou.
A 1ª edição do festival acontece durante três dias contando com a exposição de sete filmes legendados em francês, e tem como madrinha Maria de Medeiros, realizadora, atriz e cantora portuguesa, que vive em Paris e partilha das culturas de Portugal e França.
O primeiro dia do festival terá a ante-estreia mundial do filme “Banzo” de Margarida Cardoso, que também será distribuído em França e tem estreia marcada para 18 de dezembro.
A seleção para o segundo dia é de “quatro filmes fortes e marcantes destes últimos anos no cinema português, designadamente “Alma Viva” de Cristèle Alves Meira, o documentário “Ama-San” de Cláudia Varejão, “Restos do Vento” de Tiago Guedes, e “Um outono em Great Yarmouth” de Marco Martins”, referiu outro dos organizadores, Wilson Ladeiro.
“O mais importante é a geração atual do cinema português”, referiu mas considerou também importante, por se assinalarem os 50 anos, fazer um foco no 25 de abril, dise Wilson Ladeiro.
Por essa razão, o último dia do festival será dedicado a uma seleção relativa à Revolução dos cravos, com “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros, e “A Noite do Golpe de Estado”, de Ginette Lavigne, seguido de um debate entre as duas realizadoras.
Durante o evento haverá ainda uma exposição com o ilustrador Nuno Saraiva, responsável pelo cartaz do festival, a autora franco-portuguesa da banda desenhada “Borboleta”, um livro da escritora Ana Maria Torres e pinturas do grafista franco-português Glaçon, com personagens relativas ao 25 de abril de 1974.