Foi apresentado o programa completo. O festival de cinema decorre de 4 a 13 de abril.

Liliana Teixeira Lopes

Os filmes “Aurora”, do franco-brasileiro João Vieira Torres, e “Nuit obscure – ‘Ain’t I a Child?’”, do francês Sylvain George, ambos com coprodução portuguesa, vão competir no Festival Visions du Réel, em abril em Nyon, na Suíça.

A programação completa da 56ª edição foi revelada esta semana pela organização, contando com duas coproduções portuguesas na competição internacional de longas-metragens, além da já anunciada retrospetiva dedicada à realizadora portuguesa Cláudia Varejão.

“Aurora” é um registo documental do realizador franco-brasileiro João Vieira Torres, feito em coprodução com França e Portugal, pela produtora Primeira Idade e com apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual.

Na sequência de um sonho, João Vieira Torres partiu à procura dos filhos que a sua avó Aurora, parteira, ajudou a nascer. “Ao longo dos encontros com os vivos e os mortos, descobre destinos trágicos que retratam uma história estrutural de violência contra mulheres”, refere o festival sobre este filme.

Também na competição internacional de longas-metragens, e igualmente em estreia mundial, figura “Nuit obscure – ‘Ain’t I a Child?’”, do realizador francês Sylvain George e coproduzido entre a Suíça e Portugal, pela Kintop.

De acordo com o festival, este filme é o “capítulo final de uma trilogia sobre políticas de migração” que o realizador fez, acompanhando três jovens de Marrocos em Paris.

No Visions du Réel estarão também presentes, em estreia suíça, os filmes “Tardes de solidão”, um retrato da tauromaquia espanhola pelo realizador Albert Serra, e “Pedras Instáveis”, filme experimental da polaca Ewelina Rosinska inspirado em paisagens portugueses, ambos com coprodução portuguesa.

Este ano, o Visions du Réel presta homenagem à realizadora Cláudia Varejão, estando prevista uma ‘masterclass’ e uma retrospetiva, com quatro longas-metragens e sete ‘curtas’, filmes “profundamente contemporâneos” e que partilham de uma “forte perspetiva feminista”, refere o festival.

Realizadora, argumentista e artista visual “profundamente em sintonia com o mundo sensível”, Cláudia Varejão é autora de documentário e ficção, através do qual aborda questões sobre emancipação, relações pessoais e a vida quotidiana.

No seu cinema já deu voz à juventude ‘queer’ açoriana, em “Lobo e Cão” (2022), retratou mulheres refugiadas em Portugal, na curta-metragem “Kora” (2024), filmou japonesas pescadoras que mergulham em apneia nas águas do Pacífico, em “Ama-san” (2016), ou ainda os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado, com “No escuro do cinema descalço os sapatos” (2016).

A 56ª edição do Visions du Réel está marcada de 4 a 13 de abril.

https://www.visionsdureel.ch/en/