A série estreou no canal por cabo no passado dia 1 de abril.
Liliana Teixeira Lopes
A luta entre três irmãos pela liderança de uma rede de narcotráfico dá o mote a “Gigantes”, uma série espanhola que estreou no passado dia 1 de abril, e que dá todas as quarta-feira, às 22h10, no canal AMC. Mas está também disponível nalgumas plataformas de streaming e já foi também dada na RTP2 por onde passou de forma discreta.
Daniel Guerrero saiu finalmente da prisão, ao fim de vários anos. Volta a casa, num bairro pouco reputado de Madrid, e quer vingança.
Mas os interesses de Daniel vão entrar em conflito direto com os de outras personagens da série espanhola, estando entre os principais rastilhos da escalada de violência que se vai disseminando nesta aposta original do canal Movistar e agora exibido na AMC.
Estreada em 2018 no país vizinho, a saga familiar vincada pelo narcotráfico arranca com o retrato de um pai tirano, Abraham Guerrero, e dos seus três filhos, partindo na infância destes mas acompanhando-os sobretudo na idade adulta.
É uma história criminal sobre o controlo da entrada da droga em Madrid desde os anos 1980 aos 2000. É a história do patriarca de uma família, um homem que veio do nada e construiu um império. E a história fratricida dos três filhos que lutam entre si para o controlar.
A saga de luta pelo poder desenvolve-se em duas temporadas, de seis episódios cada, com a primeira a chegar ao AMC depois de ter estreado na televisão portuguesa há poucos meses, na RTP2… e só. Não há terceira temporada.
A droga nesta série é um elemento meramente decorativo, uma desculpa, mas o tema central é a luta entre irmãos e também sobre a masculinidade tóxica e a forma como se articula com o poder. Essa singularidade deve-se à visão de Enrique Urbizu, um dos criadores da série e o realizador da maioria dos episódios, juntamente com Jorge Dorado.
Diga-se que “Gigantes” é uma ideia original de Manuel Gancedo, escrita por Miguel Barros.
Apesar de a obra de Urbizu ter sido pouco divulgada em Portugal, o espanhol tem mantido, desde finais dos anos 1980, uma filmografia dominada sobretudo pelo thriller e film noir. E isso ajuda a explicar o à vontade com que “Gigantes” percorre esses territórios, doseando tensão dramática, sequências de suspense e alguns confrontos físicos.
Nos papeis principais estão Jose Coronado, Daniel Grao, Isak Férriz e Carlos Librado “Nene”.