Os dados pertencem a um estudo e são avançados pela Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores.
A indústria da música e do audiovisual pode perder 22 mil milhões de euros de receitas até 2028 por causa de conteúdos gerados por Inteligência Artificial, revelou a CISAC – Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores.
Os dados constam de um estudo económico global inédito, encomendado à consultora PMP Strategy e divulgado na quarta-feira por aquela confederação, sobre o impacto económico da Inteligência Artificial nos setores da música e do audiovisual, considerando que a Inteligência Artificial generativa (que permite criar novos conteúdos) vai comprometer “substancialmente o rendimento dos criadores humanos nos próximos cinco anos”.
Por outro lado, estima-se que o valor do mercado da música e do audiovisual com conteúdos gerados por Inteligência Artificial vai sofrer “um crescimento exponencial nos próximos cinco anos, passando de três mil milhões de euros para 64 mil milhões de euros”.
No audiovisual, o estudo refere, por exemplo, que a Inteligência Artificial terá “um forte impacto” no trabalho dos profissionais de dobragens e legendagem, com perda de receita até 56%, e no dos argumentistas e realizadores, com perdas entre 15 e 20%.
O estudo demonstra ainda exemplos de utilização de Inteligência Artificial generativa com impacto negativo nos dois mercados – do ponto de vista de remuneração e direitos dos artistas e criadores – como o recurso a música gerada por modelos de Inteligência Artificial em “alguns trabalhos audiovisuais de baixo orçamento, videojogos, filmes ou séries, como forma de reduzir custos”, ou ainda a utilização de dobragens e legendagens automáticas.
https://www.cisac.org/
Fonte: SAPO Mag
Liliana Teixeira Lopes