O crítico e programador doou livros, filmes, fotografias e objetos ligados ao cinema para a criação da Casa das Imagens, uma biblioteca e mediateca prontas a inaugurar em Setúbal, quando a pandemia o permitir.
Liliana Teixeira Lopes
A Casa das Imagens resulta de uma doação que Lauro António fez à Câmara Municipal de Setúbal de cerca de 50 mil livros, filmes, fotografias, cartazes, documentos e objetos relacionados com cinema e imagem.
O que foi cedido para a Casa das Imagens é apenas uma parte do acervo pessoal que quis disponibilizar para consulta pública, para que não se dispersasse ou caísse no esquecimento.
Este equipamento cultural, repartido por dois pisos, ficará numa cidade com a qual Lauro António disse ter “ligações sentimentais”, onde habitualmente faz ‘masterclasses’ e onde recorda ter sido cofundador do festival Festróia.
É Lauro António quem ficará a dirigir a Casa das Imagens e a dinamizar uma programação com ciclos de cinema e publicação de livros – o primeiro dos quais sobre o filme negro norte-americano -, debates e criação de um arquivo de entrevistas de vida de figuras ligadas a esta arte.
De acordo com a autarquia, a Casa das Imagens vai contar ainda com CD, discos em vinil, cassetes-áudio, material publicitário de filmes, banda desenhada e cartoons, revistas especializadas de cinematografia, enciclopédias gerais e obras generalistas.
Vão estar ainda expostas várias peças, entre as quais uma placa exterior do antigo Cinema Condes, um anúncio luminoso do Cinema de Cascais, uma máquina para ver fotografias em vidro, uma máquina de escrever e prémios que Lauro António recebeu.
Lauro António, lisboeta de 78 anos, tem uma longa e diversificada ligação ao cinema. É autor de cerca de 50 livros relacionados com cinema e mais de uma dezena de obras cinematográficas, sendo as mais reconhecidas as adaptações literárias “Manhã Submersa” (1980) e “Vestido cor de fogo” (1985).