A efeméride assinala-se hoje. A iniciativa marcaria definitivamente a aliança entre a música e as causas humanitárias.
A 13 de julho de 1985, dois megaconcertos uniram mais de 60 artistas num evento solidário de contornos tão ambiciosos como inéditos. Não chegou para acabar com a fome na Etiópia, mas o mundo viu (e ouviu). E fez-se história na cultura pop-rock.
O Live Aid faz hoje 35 anos.
Os dois megaconcertos com atuações sucessivas de estrelas globais, em dois estádios – Wembley, em Londres, e John F. Kennedy, na Filadélfia – marcaram um capítulo incontornável na aliança entre a música e causas humanitárias.
Visto por cerca de 2 mil milhões de espetadores, através de uma transmissão televisiva que se disseminou pelo mundo, em mais de 100 países (incluindo Portugal, através da RTP), o Live Aid angariou cerca de 83 milhões de euros destinados a combater a fome na Etiópia, país particularmente fragilizado pelo regime do ditador Mengistu Haile Mariam.
Queen, Rolling Stones, David Bowie, Tina Turner, Madonna, U2, Led Zeppelin, Bob Dylan ou Eric Clapton foram algumas das grandes estrelas da música que se reuniram no evento idealizado por Bob Geldof e Midge Ure.
Antes do espetáculo que ficou entre os mais memoráveis da década, a dupla já tinha criado a canção natalícia solidária “Do They Know It’s Christmas”, através do projeto Band Aid, que convocou vários artistas em dezembro de 1984. Boy George, que também participou juntamente com os Culture Club, acabou por sugerir a Geldof que desse seguimento nos palcos ao alerta dessa colaboração, centrado na urgência do combate à fome, um flagelo que ameaçava cerca de sete milhões de pessoas na Etiópia.
Meio ano depois, a ideia concretizou-se e Geldof, até então conhecido num círculo relativamente restrito como vocalista dos irlandeses Boomtown Rats, e também por ter participado no filme-concerto “The Wall” dos Pink Floyd, tornou-se a face global de um compromisso da indústria musical com causas humanitárias. Mas não foi a única: poucos meses depois de “Do They Know It’s Christmas”, o mundo ouviu “We Are the World”, canção composta por Michael Jackson e Lionel Richie que respondeu ao apelo do ativista jHarry Belafonte.
A recolha de fundos desse êxito também visou lutar contra a fome no continente africano.
Fonte: SAPO Mag
Liliana Teixeira Lopes